No último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 6 de janeiro, o preço do leite em pó aumentou novamente, foi o segundo aumento seguido e ficou cotado, em média, em US$2.307,00 por tonelada.
Na comparação com o leilão realizado na segunda quinzena de dezembro de 2014, quando o leite em pó fechou cotado, em média, em US$2.270,00, a alta foi de 1,6%.
No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi significativa, de 53,3%. Naquele período a tonelada do leite em pó era negociada por US$4.934,00, em média.
O início deste movimento de queda foi verificado na segunda quinzena de fevereiro de 2014, com a tonelada comercializada, em média, em US$4.999,00 (figura 1). A principal razão foi o aumento da oferta mundial.
Apesar das recentes altas dos preços dos lácteos no mercado internacional, a pressão de baixa deverá permanecer em curto prazo, considerando a safra na Oceania e a menor demanda de começo de ano.
De acordo com os últimos dados da Associação de Laticínios da Nova Zelândia (DCANZ), foram produzidos 20,57 bilhões de litros de leite no país de janeiro a outubro de 2014.
Mesmo sem os números consolidados do último bimestre do ano passado, este volume está 2,1% maior que o fechamento de 2013. O pico de produção foi em outubro, com 3,30 bilhões de litros de leite.
Cabe destacar que a produção de leite também aumentou em outros importantes países produtores e exportadores de lácteos. Veja tabela 1.
No Brasil, a produção aumentou consideravelmente em 2014, em relação a 2013, motivada por investimentos e queda no custo da alimentação concentrada. No entanto, a representatividade do país em termos de exportação é pequena.
EXPECTATIVAS PARA 2015
A expectativa, com o aumento da produção mundial de leite, é de estoques altos o que deverá manter pressionadas as cotações.
Atrelados a isso, não são esperados aumentos consideráveis na demanda mundial, principalmente pelos grandes importadores como a China e a Rússia.
No caso da China, os estoques elevados e a expectativa de desaceleração da economia em 2015 deverão contribuir para este panorama. Veja tabela 2.
Com referência à Rússia o embargo aos produtos lácteos dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega, deverá gerar prejuízos ainda maiores este ano. Ao mesmo tempo, para suprir a demanda interna, outros mercados deverão ficar mais ativos, como o Brasil e a Nova Zelândia.
A sanção aos produtos lácteos ocorreu em agosto do ano passado como forma de retaliar esses países em função das medidas que tomaram diante da invasão da Ucrânia pelos russos.
Por fim, a queda no preço do petróleo, a alta do dólar e a instabilidade econômica global, dão suporte à volatilidade do mercado neste início de ano.
Colaborou Rafael Ribeiro, pesquisador da Scot Consultoria.