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Falta de reajuste da tabela do IR é aumento de imposto

por Instituto Liberal
Quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 -14h30

A Presidente Dilma vetou hoje o reajuste da tabela do imposto de renda em 6,5%, sob o argumento de que haveria renúncia fiscal sem que se buscasse meios de compensação pela falta de arrecadação. Essa medida deixa a sociedade brasileira em choque na mesma semana em que o suposto liberal Joaquim Levy impôs um aumento de IOF e IPI em várias atividades. É importante explicar o que é esse reajuste para mostrar como ele funciona como verdadeiro aumento de impostos.


O imposto de renda no Brasil possui uma tabela de valores, e quanto mais se ganha no Brasil, mais imposto de renda se paga, não somente em números absolutos, mas também em relativos, pois a alíquota aumenta junto, como se vê abaixo: 



Quando ocorre um reajuste da tabela, os pagadores de imposto no Brasil conseguem algum alivio, pois o desconto também ocorre nos mais diversos níveis, o que é justo, pois a renda auferida ao longo do ano é desvalorizada pela inflação, que no ano passado foi de 6,5%, de acordo com os índices oficiais.


E aqui cabe um adendo: a desvalorização da moeda, ou seja, a inflação, é causada pelo próprio governo através da produção de dinheiro pelo Banco Central. O governo produz dinheiro pelo Banco Central e usa esse dinheiro novo para comprar títulos da dívida pública, se autofinanciando através de agentes financeiros. O dinheiro novo, que está nas mãos do governo, ganha seu valor através da desvalorização do dinheiro velho que está no bolso de todos, criando um verdadeiro imposto, chamado imposto inflacionário.


Sem o reajuste da tabela de IR, o imposto inflacionário, que já é extorsivo por si só, cria um segundo aumento de arrecadação para o governo, verdadeiro aumento de tributos, mas sem a necessidade do desgaste político de se criar nova tributação.


Na ânsia de salvar suas contas, previamente destruídas por malversação, corrupção e "rent seeking", o governo está sangrando a sociedade civil sem o menor pudor.


Por Bernardo Santoro