O mês de fevereiro terminou com chuvas acima das normais climatológicas no Sudeste e Centro-Oeste. Estas regiões, que enfrentaram fortes veranicos em dezembro de 2014 e janeiro de 2015, já apresentam excesso hídrico em grande parte do território. Figura 1.
Já no norte de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo, o veranico continua. Para essas regiões, as chuvas vieram em menores quantidades que no Brasil Central.
Com a redução na capacidade de suporte dos pastos, há relatos de invernistas de Goiás adquirindo animais de reposição nestas regiões mais secas.
No Nordeste a situação é crítica. O déficit hídrico ainda se mantém, prejudicando lavouras e pastagens. As precipitações no nordeste se concentram em abril e maio.
O volume de chuvas que caiu no Sul do país entre janeiro e fevereiro, já está menor, principalmente para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Nos últimos dias, as precipitações na Região Sul só ocorreram no Paraná (figura 2), onde está ocorrendo a colheita da safra de grãos, que está atrasada com relação à temporada passada, segundo último relatório da CONAB. Já o plantio da safrinha está caminhando em ritmo acelerado.
No sul de Minas Gerais, maior bacia leiteira do Brasil, as chuvas voltaram a cair em quantidades significativas. Bom sinal para os produtores que, se as precipitações continuarem regulares, voltarão a ter disponibilidade de capim e redução da necessidade de suplementação. Para a próxima semana, há a previsão de chuvas que podem somar 100 milímetros.
A CONAB reduziu as expectativas de produção da safra de grãos 2014/2015, de 200,08 milhões de toneladas para 198,53 milhões de toneladas, queda de 2,6%.
A redução da estimativa da safra de grãos no Brasil ocorreu, principalmente, devido aos comportamento do clima em janeiro, que influenciou negativamente o Sudeste, parte do Centro-Oeste e o Matopiba.
Nos estados do Pará e Rondônia as precipitações acumuladas no ano estão garantindo a boa oferta de pastagens.
O maior volume de chuvas no Mato Grosso do Sul tem proporcionado uma recuperação das pastagens nos locais onde o veranico de dezembro e janeiro foi mais acentuado.
No estado, os produtores já conseguem segurar a boiada no pasto, o que aliado à baixa oferta de bovinos, vêm pressionando os preços da arroba na região.
Previsões para curto e médio prazo (entre 12 e 28 de março)
Para o período compreendido entre 12 e 20 de março de 2015, deverão ocorrer precipitações acima da normal climatológica para os estados do Mato Grosso, Goiás e parte de Minas Gerais. No Norte as chuvas continuarão dentro da normal para a Região.
Já para o Nordeste e extremo sul do país, a previsão para os próximos dias indica pequena possibilidade de chuvas.
Essa situação tende a mudar após o dia 20 de março, onde o volume de chuvas diminuirá. Já no sul do país há maiores chances de ocorrerem precipitações. Podemos observar isto na figura 3.
Deve voltar a chover no Nordeste. Poderão ocorrer precipitações de até 150 milímetros no Maranhão, Piauí e Ceará, entre os dias 20 e 28 de março.
Colaborou André Mazi, graduando em engenharia agronômica e em treinamento pela Scot Consultoria.