A expectativa da pouca amplitude para alavancadas significativas na cotação da arroba do boi gordo no segundo semestre deixa o recriador na dúvida sobre contratar ou não a engorda em confinamento nos boitéis.
O cenário está diferente do observado em 2014.
Naquele ano, estimava-se que um recriador de Goiás, por exemplo, que adquiriu uma desmama entre julho e agosto de 2013, com 210 quilos, por R$800,00/cabeça, após um ano de fazenda e 12 arrobas de peso, teria o custo final de, aproximadamente, R$1,35 mil/cabeça.
Vendendo esse boi magro por R$1,5 mil, preço vigente em agosto de 2014, segundo o monitoramento de mercado da Scot Consultoria, o lucro por cabeça era de R$130,00, um retorno de 11,0% sobre o investimento.
Porém, o recriador que submeteu esse bovino a um confinamento sob sistema de boitel por 90 dias, com custo diário de R$6,50, ganho médio de 1,5 quilo/dia, rendimento de carcaça de 55%, vendeu a arroba em novembro de 2014 por R$137,00, à vista, obteve lucro por cabeça de R$427,22. Em três meses o retorno dobrou, chegando a 22,0%.
Embora custos de recria, preço de diária de confinamento, ganho de peso, rendimento de carcaça, entre outros parâmetros, sejam diferentes fazenda a fazenda, consideramos índices e valores médios para essa comparação.
Resultado em 2015 vender o boi magro ou confinar
Em 2015, antes de analisar os números, temos que considerar algumas possibilidades.
1 - o preço de venda dos bovinos de reposição dá sinal de ter atingido o teto. Negócios com boi magro abaixo do preço de referência têm crescido.
2 - com relação ao mercado do boi gordo, embora a expectativa para altas grandiosas esteja reduzida, é provavel que os preços subam até o pico da entressafra, em outubro e novembro.
Diante dessas afirmações, trabalhamos com três situações para os preços da arroba do boi magro e do boi gordo (tabelas 2 e 3), considerando que, qualquer combinação entre elas é possível. Adotamos os preços de Goiás para as simulações.
Para o boitel foi considerado o preço da diária em R$6,80 por cabeça. Trata-se de um custo médio. Portanto, é importante deixar claro que há diárias menores, o que melhoraria o resultado do confinamento se fossem mantidos os índices produtivos.
Veja a tabela 2. Se a venda do boi magro for realizada por R$152,00/@, por exemplo, qualquer cenário apresentado para o confinamento traria retornos maiores.
Por outro lado, o melhor retorno demonstrado na tabela 3 é com o boi confinado e a arroba vendida por R$147,25, o equivalente a algo em torno de R$155,00 em São Paulo, cenário otimista para o mercado do boi gordo.
Considerações finais
É claro que, para decidir, entre confinar e vender, é preciso além da estimativa de custo e receita, pelo menos, considerar o risco do confinamento, o desembolso e o potencial de ganho da boiada confinada, fatores que interferem no resultado do confinamento.