O agronegócio brasileiro teve saldo comercial de US$6,29 bilhões em setembro deste ano, resultado das exportações de US$7,24 bilhões ante as importações de US$954,93 milhões. Os números constam da balança comercial do agronegócio do mês passado, divulgada nesta terça-feira (13/10) pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Ainda segundo a SRI, a participação dos produtos no agronegócio no total das exportações brasileiras aumentou de 42,3% em setembro de 2014 para 44,8% no mesmo mês deste ano. A balança do mês passado mostra também que, pela primeira vez no ano, os cereais, farinhas e preparações ultrapassaram os embarques de café e do complexo sucroalcooleiro e ficaram entre os principais produtos do ranking brasileiro de exportações.
As exportações de US$7,24 bi do agronegócio em setembro deste ano correspondem a uma queda de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2014. Essa redução, observa a SRI, reflete a diminuição das cotações internacionais dos principais produtos agropecuários exportados pelo Brasil. As importações do setor caíram 33,1%, passando de US$1,43 bilhões para US$954,93 mi, na comparação entre setembro de 2014 e o mês passado.
Em setembro último, os embarques do agronegócio brasileiro foram liderados pelo complexo soja; carnes; produtores florestais; cereais, farinhas e preparações; e complexo sucroalcooleiro. Esses cinco produtores responderam por 74,0% das vendas externas do setor no mês passado.
Produtos
O complexo soja teve forte incremento no volume exportado em setembro. As vendas externas de soja em grão aumentaram 38,8%, e as de óleo de soja, 137,6%. Mesmo assim, a queda nos preços do setor impediu o crescimento das exportações em valor. Com isso, os embarques do complexo soja passaram de US$1,99 bilhões em setembro de 2014 para US$1,97 bi no mês passado, com recuo de 1,2%.
Em segundo lugar no ranking da balança comercial, as carnes também tiveram retração, saindo de US$1,5 bi em setembro de 2014 para US$1,27 bilhão no mês passado. De acordo com a SRI, esse resultado ocorreu devido, principalmente, à redução do preço médio de exportação do setor.
As exportações de carne de frango caíram para US$582,9 mi, ou menos 18,6%, com aumento de 0,5% na quantidade embarcada e queda de 19,0% no preço médio. Já as vendas externas de carne bovina diminuíram para US$518,04 milhões (-7,7%), com redução de 7,5% no preço médio exportado e 0,3% na quantidade exportada. O comércio externo de carne suína e de peru também recuou: -22,9% e -21,12%, respectivamente.
Os produtos florestais ocuparam o terceiro lugar no ranking da balança comercial de setembro. O setor expandiu em 4,8% as exportações, que totalizaram US$877,93 milhões. O aumento ocorreu por causa do aumento das vendas externas de papel e celulose, que alcançaram US$665,36 milhões (+11,2) no mês passado. Os embarques de madeiras e suas obras foram no sentido contrário, registrando queda de 12,1%, com valor de US$209,80 milhões.
Novidade entre os cinco primeiros colocados do ranking da balança comercial, os cereais, farinhas e preparações tiveram aumento de 17,0% no valor exportado, que atingiu US$633,37 milhões no mês passado. Esse desempenho foi impulsionado pelos embarques de milho, que tiveram elevação de 17,2% devido à elevação de 28,7% da quantidade exportada.
O complexo sucroalcooleiro ficou com a quinta posição entre os cinco primeiros setores exportadores do agronegócio. Os embarques da cadeia produtiva diminuíram de US$972,07 milhões em setembro de 2014 para US$614,59 milhões (-36,8%) no mês passado. O açúcar foi responsável por 87,3% das exportações, o equivalente a US$536,55 mi. As vendas externas de açúcar caíram 39,9%, com redução de 20,2% na quantidade embarcada e de 24,7% no preço médio de exportação.
Blocos e países
Entre os blocos comerciais, a Ásia continua sendo a principal região na importação de produtos do agronegócio brasileiro, com compras de US$3,19 bi no mês passado. As importações da União Europeia somaram US$1,4 bi; Nafta, US$605,87 mi, Oriente Médio, US$562,91 mi; África, US$495,76 mi; e Europa Oriental, US$228,68 mi.
A China foi o maior importador do agronegócio brasileiro, com aquisições de US$1,89 bilhões em setembro último. O valor representou um aumento de 20,7% em relação registrado no mesmo mês de 2014, de US$1,57 bi. Com isso, a participação da China nos embarques do agronegócio do Brasil subiu de 18,9% em setembro de 2014 para 26,1% no mês passado.
Outros países que tiveram destaque nas importações do agronegócio brasileiro em setembro último foram Venezuela (US$225,93 milhões; +68,9%), Vietnã (US$201,03 milhões; +15,8%), Coreia do Sul (US$220,60 milhões; + 7,5%), Taiwan (US$128,07 milhões; +6,5%) e Itália (US$168,65 milhões; +3,7%).
Fonte: Agrolink. 14 de outubro de 2015.