O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) publicou portaria em 09 de dezembro (Portaria nº 097/2015) que dispõe sobre procedimentos para produção de suínos sem ractopamina. A iniciativa ajudará a abertura de novos mercados para a suinocultura mato-grossense.
Segundo o médico veterinário da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Igor Queiroz, a China e a União Aduaneira (Rússia, Bielorússia e Cazaquistão) possuem restrições à importação de carne suína com ractopamina.
Ele explica que o uso da substância divide opiniões e permeia as discussões entre produtores e importadores em diferentes países nos últimos anos. Por um lado, alguns mercados questionam a segurança do produto para a saúde humana e as consequências em longo prazo, restringindo a compra de carne produzida em países que utilizam o promotor de crescimento.
De outro, grandes órgãos de regulamentação permitem o uso e especialistas afirmam que a presença da substância no alimento, dentro de limites estabelecidos, não é capaz de trazer risco.
O médico veterinário ainda explica que substância atua no ganho de peso diário e faz com que a carcaça do suíno tenha um menor percentual de gordura. "Em sistemas com falta de espaço para animais ou tempo de crescimento, o uso de ractopamina cria oportunidades de venda de animais com maior uniformidade, especialmente quando o clima quente provoca redução no consumo alimentar", conta Igor.
Ele também pontua que a ractopamina não é um promotor de crescimento e auxilia na conversão alimentar, ou seja, menor consumo de alimento para maior produção de carne consequentemente diminuição da gordura na carcaça. "A restrição dos países pelo uso da ractopamina se dá pela não comprovação dos malefícios causados pelo uso constante do produto. Alguns estudos já foram realizados sobre a utilização da ractopamina na ração de suínos, porém nada foi comprovado se acarreta ou não prejuízos ao homem", esclareceu Igor.
Se o suinocultor optar por deixar de utilizar a ractopamina ele terá que se adaptar, realizando ações
como: a granja somente receberá ração de fábrica autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e que produza ração, comprovadamente sem ractopamina; procedimentos de limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos; recomendações de biosseguridade; entre outras.
Para o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, Mato Grosso tem uma oportunidade de adaptar sua criação de suínos para ter livre acesso aos mercados que restringem o uso de ractopamina.
"O suinocultor que resolver optar pela não utilização da ractopamina não terá prejuízos, ele continuará vendendo para os mesmos mercados, e ainda terá a opção de exportar para novos países", pontua.
Fonte: Agrolink. 14 de dezembro de 2015.