As vendas de produtos agroquímicos no Brasil somaram US$9,50 bilhões neste ano, um resultado que representa queda de 23,0% na comparação com o mesmo período de 2014. Os números são do Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), que divulgou na segunda-feira (21/12) um balanço anual prévio do setor.
De acordo com a entidade, um dos principais fatores para a baixa no setor foi a forte desvalorização do real frente ao dólar norte-americano. "A indústria, que trabalha com muitos insumos importados, teve dificuldades em repassar o aumento de custos aos preços e também perdeu rentabilidade", afirma comunicado do Sindiveg.
Outro problema é a dificuldade de crédito para os produtores, diante do cenário de instabilidade econômica do país. A falta de dinheiro disponível para financiamento afeta o pagamento aos fornecedores ainda pelas compras da última safra, paralisando novas negociações e provocando aumento dos estoques.
O Sindiveg destaca também contrabando como um dos fatores de pressão sobre o mercado de agroquímicos. Segundo a entidade, o comércio ilegal de produtos falsificados ou clandestinos "já atinge níveis expressivos". O sindicato, que é formado por 50 empresas fabricantes de defensivos agrícolas, lidera atualmente uma campanha nacional contra esse tipo de crime.
"Encerramos o ano apreensivos com essa prévia de fechamento do setor. 2016 promete ser repleto de desafios e sem crescimento do mercado de agroquímicos", comenta Silvia Fagnani, vice-presidente executiva do Sindiveg.
Fonte: Agrolink. Por Leonardo Gottems. 21 de dezembro de 2015.