As exportações das principais commodities da agricultura brasileira deram novo salto na escalada que vem garantindo lastro ao crescimento contínuo na produção. O volume de milho e soja (grão e farelo) embarcado chegou a 98,07 milhões de toneladas, conforme balanço de 2015 divulgado nesta segunda-feira (6/1) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em 2016, o volume embarcado deve ultrapassar a barreira dos 100 milhões de toneladas, seis anos depois de ter rompido a casa de 50 milhões de toneladas. As 98 milhões de toneladas de 2015 representam volume duas vezes maior que as 48,6 milhões de toneladas de 2009, ou seja, o volume dobrou em seis anos.
O balanço de 2015 mostra que houve novo recorde na soja, como vinha sendo cogitado desde o primeiro semestre. O volume embarcado foi 19,0% maior, alcançando 54,3 milhões de toneladas.
Com o real desvalorizado e as matérias-primas brasileiras mais competitivas, o volume de soja remetido ao mercado externo foi incrementado nos últimos dois meses do ano, em plena entressafra comercial. Em novembro, o Brasil exportou oito vezes mais soja com que no mesmo mês do ano anterior. Em dezembro, o volume foi cinco vezes maior que o do mesmo mês de 2014.
A surpresa ficou por conta do milho, que teve projeções elevadas nos últimos meses de 2015 e fechou com 28,9 milhões de toneladas, o maior volume já registrado.
O aumento das exportações mostra-se surpreendente mesmo quando comparado ao crescimento da produção. Para dobrar a colheita de grãos, de 100 milhões para 200 milhões de toneladas, o país precisou de 14 anos, ou seja, o dobro do tempo necessário para duplicar as exportações das principais commodities agropecuárias. Isso indica que o crescimento da produção é voltado justamente ao mercado externo.
As exportações devem continuar crescendo em neste ano devido justamente ao aumento da produção. A safra de soja se aproxima pela primeira vez de 100 milhões de toneladas na temporada 2015/16 e a produção total de milho (verão e inverno) tende a manter-se sustentada acima de 80 milhões de toneladas.
O ritmo do crescimento, contudo, deve diminuir diante de uma competição mais acirrada com a Argentina, que, devido a políticas internas desfavoráveis, teve sua participação reduzida no mercado de grãos nos últimos anos.
Fonte: Agrolink. Gazeta do Povo. 6 de janeiro de 2016.