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Mercado prevê mais inflação em 2016 e retração de quase 3,00% no PIB

Terça-feira, 12 de janeiro de 2016 -06h00

Na primeira pesquisa realizada pelo Banco Central em 2016, os economistas do mercado financeiro pioraram suas estimativas para a inflação e para o "encolhimento" da economia brasileira, segundo números divulgados nesta segunda-feira (11/1). O levantamento foi feito pelo banco com mais de 100 instituições financeiras na semana passada e deu origem ao relatório conhecido como Focus.


Após a inflação somar 10,67% no ano passado, a maior em 13 anos, a previsão dos analistas dos bancos é de que ela seja de 6,93% em 2016 - também acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação brasileiro. Na semana anterior, o mercado financeiro estimava um IPCA de 6,87% para este ano. Já para 2017, a previsão do mercado continuou estável em 5,2%.


Na última semana, em carta aberta enviada ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, por conta do descumprimento da meta de inflação de 2015, o Banco Central informou que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (abaixo de 6,5%) e, também, fazer convergir à inflação para a meta de 4,5%, em 2017.


Produto Interno Bruto


Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 2,99%, contra a estimativa anterior de uma queda de 2,95%. Esta foi a 14ª queda seguida na previsão do mercado para o PIB do próximo ano.


Como o mercado segue estimando "encolhimento" do PIB em 2015 (-3,73%, a maior em 25 anos). Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.


Para o comportamento do nível de atividade em 2017, os economistas das instituições financeiras baixaram a previsão de crescimento de 1% para 0,86% na semana passada.


O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. No mês passado, a "prévia" do PIB do BC indicou uma contração de 3,38% até setembro.


Taxa de juros


Após o Banco Central ter mantido os juros estáveis em 14,25% no fim de novembro, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que os juros voltarão a subir na próxima semana, quando se reúne o Copom, para 14,75% ao ano.


Para o fim de 2016, a estimativa permaneceu em 15,25% ao ano – o que pressupõe novos aumentos dos juros básicos da economia no decorrer do ano que vem.


A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.


Câmbio, balança e investimentos


Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$4,21 para R$4,25. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$4,20 para R$4,23.


A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 ficou inalterada em US$35,00 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit permaneceu também em US$35,00 bilhões.


Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$55,00 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas para o permaneceu em US$60,00 bilhões.


Fonte: G1. 11 de janeiro de 2016.