O Brasil deve fechar 2017 com a inflação no teto da meta oficial, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada na quarta-feira (10/2), que mostrou ainda pioras nas expectativas de preços para este ano também diante da postura mais moderada da política monetária do BC.
Para o próximo ano, a alta do IPCA deve ser de 6,00%, exatamente no limite máximo estabelecido pelo governo, de 4,50%, com margem de 1,50 ponto percentual para mais ou menos. No Focus da semana anterior, a elevação esperada era de 5,80%.
Para 2016, o cenário de inflação também piorou, com alta de 7,56% pelo IPCA, sobre 7,26% esperados até então. Neste caso, se confirmado, o BC não terá cumprido a meta, de 4,50% com tolerância de 2 pontos.
O levantamento, que ouve semanalmente uma centena de economistas, também mostrou que, mesmo com a pressão cada vez maior das expectativas inflacionárias, as projeções são de que a Selic será mantida neste ano em 14,25% ao ano. E, para 2017, elas recuem a 12,50%, sobre 12,75% esperados até o Focus anterior.
O BC sinalizou que não deve mexer na taxa básica de juros tão cedo diante da fraqueza econômica do país, que enfrenta severa recessão.
O cenário para a atividade econômica também continuou em deterioração. A mediana das projeções no Focus apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano sofrerá contração de 3,21%, contra recuo de 3,01% antes. Para 2017 é esperado alguma retomada, porém com expansão de apenas 0,60%, contra 0,70% na pesquisa anterior.
Fonte: Reuters. Por Patrícia Duarte. 10 de fevereiro de 2016.