Dando sequência ao circuito anual de visitas de profissionais da imprensa a clientes da Texto Comunicações o segundo dia foi composto por três visitas descritas abaixo:
1 - Aquafeed Rações
A primeira empresa prestigiada no segundo dia da Road Show 2016 foi a Aquafeed Rações, localizada no município de Aparecida do Taboado-MS, que tem como missão produzir alimentos e insumos de qualidade que atendam as necessidades de piscicultores.
A visita foi supervisionada por Eduardo Amorim, presidente da Associação Brasileira de Piscicultura e por Davi Martins, gerente de produção da Aquafeed.
Segundo Amorim, a atividade vem enfrentando grandes gargalos e não é compatível com o real potencial desse setor. As dificuldades em alavancar a atividade tem grandes desafios para superar, mas devido ao seu potencial cresce seguidamente. Os principais desafios estão ligados à dificuldade de obtenção de licenças ambientais, processo que pode demorar anos. Por ser uma atividade relativamente nova no país, requer mão de obra de qualidade para obtenção de maior produtividade.
Entretanto, o mercado de pescado tem ganhado espaço ultimamente, principalmente pelas qualidades nutricionais do peixe e pelo ômega 3.
Em 2015 a aquicultura cresceu 10% e atualmente a piscicultura movimenta R$4,0 bilhões ao ano, gerando um milhão de empregos diretos e indiretos crescendo a uma taxa média de 10% a.a. O MAPA juntamente com a Associação Brasileira de Piscicultura, está cuidando de tratativas sanitárias para importação de Tilápia da China.
O Brasil importa em torno de 400 mil toneladas de peixe por ano, sendo 100 mil só de salmão.
Em 2015 foram produzidos 600 mil toneladas de peixe no Brasil, sendo 50% de tilápias. O Paraná foi o estado pioneiro na produção de tilápias e é ainda o maior produtor.
Amorim ressaltou que a produção de tilápias apresenta crescimento médio anual de 15%, e que o mercado de peixes denominados “redondos” (tambaqui, tambaú etc) também representam importante participação na atividade, representando hoje têm 30% da piscicultura do Brasil.
A Aquafeed é uma fábrica de ração voltada para fase de terminação. O retorno do investimento está previsto para 5 anos. Em setembro de 2014 foi iniciada a construção civil e em 2015 entraram com a instalação das máquinas. A empresa conta com aproximadamente 50 associados, juntos produzem 50% da produção brasileira de tilápias, e em um raio de 50km existem 3 frigoríficos de pescados.
A taxa de conversão média da Aquafeed é de 1,6kg de ração para 1,0kg de carne de tilápia produzida, sendo a taxa de conversão média brasileira 1,8kg de ração para 1,0kg de carne.
A Aquafeed possui tombador conjugado (com balança de caminhão) para recepção de cereais que serão misturados nas rações. Conta com uma moega de recepção com capacidade estática de 50 toneladas e a ração base é composta por 20% de milho e 30% de farelo de soja ou farinha de sangue.
A fábrica conta com 10 colaboradores, trabalhando para rodar a estrutura que é totalmente automatizada. Possui 3 balanças para a formulação da ração e 2 silos com capacidade de 16 toneladas cada um.
Capacidade de produção da Aquafeed:
- 7,5 toneladas/ hora
- 3.000 toneladas/mês
- 36.000 toneladas/ ano
Com essa produção anual é possível alimentar 22.000 toneladas de tilápia. Está nos planos a curto e médio prazos dobrar a capacidade de produção da empresa.
2 - Frigorífico de pescado Geneseas
A segunda empresa visitada, foi a GeneSeas.
Empresa fundada em 2001 e é especialista em pescados, situada nos estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, onde a infraestrutura rodoviária e aeroportuária facilita a distribuição dos produtos, permitindo à empresa atender os mercados consumidores brasileiro e internacional.
A GeneSeas é uma empresa 100% brasileira e está presente em todos os elos da cadeia produtiva da tilápia, desde a produção do alevino, passando por engorda e beneficiamento, até a distribuição.
O diretor de operações Bruno Davis, conduziu a visita pela planta frigorífica de pescado, a qual é habilitada para exportar para EUA e Europa.
Segundo Davis, dos abates totais realizados em Aparecida do Taboado-MS, 60% são de tilápias próprias e 40% são de parceiros, sendo que a empresa não possui sistema integradora e integrado.
A unidade visitada possui três tamanhos diferentes de tanques de produção:
- 3x3: produção intensiva, com 80kg /metro cúbico;
- 6x6: com 60kg por metro cúbico;
- 20x20: com 35kg de peixe por metro cúbico.
* os peixes criados nos tanques escavados na terra são considerados produção extensiva.
As tilápias levam de 6 a 8 meses para se desenvolverem, sendo que no verão o processo demanda um tempo menor (6meses). A produção toda ocorre em tanque rede, que pode ser de 6 a 8 vezes maior que no tanque em terra, porém o índice de mortalidade é mais alto. O índice de mortalidade da GeneSeas é da ordem de 65% durante o ciclo todo.
No período atual, quaresma, a demanda por pescados é maior que em outras épocas do ano, e o quilo está sendo negociado, em média, por R$4,50. Os peixes chegam ao ponto de abate com aproximadamente 900g.
Os peixes abaixo de 750g e acima de 1,2kg são retirados da linha, isso ocorre por questão de aceitação no mercado. As tilápias maiores, com 1,2kg ou mais, são mais demandadas e aceitas nos EUA, de acordo com Davis.
Para o abate, a insensibilização ocorre através de choque térmico em água com muito gelo, uma vez que os peixes são muito sensíveis a mudanças bruscas de temperatura.
3 - Agropecuária CFM – Fazenda São Francisco
A terceira visita foi à Agropecuária CFM em Magda-SP. O gerente pecuário Tamires Miranda Neto conduziu a visita.
De acordo com Miranda, no período de 2014 até 2030 teremos 60% da população na classe média (dados da ONU), com isso teremos consumo de 40% mais de água, 50% mais energia e 30% mais de alimentos. Com isso os hábitos de consumo irão mudar e cada vez mais teremos consumidores mais exigente.
Atualmente a Agropecuária CFM trabalha com pecuária, cana e eucalipto. Em menor escala com soja, milho, feijão, tomate, carvão e borracha. Ao todo são 8 fazendas em 3 estados: SP, MS e BA.
Na Fazenda São Francisco são confinados em média 2.300 machos, sendo 1.300 selecionados para touros e vendidos em leilões e 1.000 para bois para o abate. O confinamento dos animais ocorre entre abril e outubro/novembro, com a finalidade de reduzir a lotação das pastagens em períodos mais críticos do ano. A empresa realiza adubação nitrogenada das pastagens e realiza pastejo rotacionado.
Todos os animais da fazenda possuem formação genealógica e expectativa de produção emitido pelo MAPA, o denominado CEIP (Certificação Especial de Identificação e Produção ). Com isso possuem o maior banco de dados privado de alta confiabilidade.
O segundo dia terminou assim. Durante o restante traremos mais informações sobre o circuito anual. Não deixe de nos acompanhar!
Link: Road Show Tour – Texto Comunicações