Após pleito do setor suinícola, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou nesta segunda-feira (11/2) o retorno da linha de crédito para retenção de matrizes. Com a medida, o limite de crédito para custeio de suinocultores teve seu valor dobrado de R$1,20 milhão para R$2,40 milhões. A medida vai apoiar os produtores que vêm enfrentando elevados custos de produção, devido à alta no preço do milho.
A proposta para retorno da linha de crédito havia sido apresentada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda no mês de março, ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério da Fazenda.
Segundo Nilo de Sá, diretor executivo da ABCS, a medida é fundamental para que os produtores consigam formar capital de giro necessário para se preparar diante da crise que vem se instaurando no setor. “A medida vai dar um fôlego para os produtores, proporcionando capital de giro e evitando que pequenos e médios produtores vendam suas matrizes para reduzir seus prejuízos. Para se ter uma ideia, na crise de 2012, cerca de 120,00 mil matrizes tiveram que ser abatidas, o que corresponde a aproximadamente mil produtores, especialmente da região Sul”, afirma.
A linha de crédito para retenção de matrizes já havia sido adotada pelo governo durante a crise do setor suinícola em 2012, mas foi suspensa em seguida. Conforme dados apontados pela ABCS e CNA, estima-se que os limites da linha de crédito são suficientes para auxiliar efetivamente até 80,0% dos suinocultores da produção independente e das unidades produtores de leitões (UPL), que consiste nos principais modelos de produção em que o produtor é responsável pela aquisição da ração.
Para Custódio Castro, diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), a oferta de linha de crédito para retenção de matrizes deve ser uma constante. “Acredito que a linha de crédito para retenção de matrizes deva ser um recurso sempre disponível para os suinocultores, uma vez que o mercado de suínos enfrenta altos e baixos. Sem dúvida, é uma proposta que fornece aos produtores mais subsídios e qualidade na produção. Aqui no Mato Grosso, a nossa luta é para que a medida se perpetue nos anais do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO)”, afirma.
Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) e conselheiro de relações com o mercado da ABCS, destaca a importância da implementação da medida para que o produtor passe esse momento de crise. “Diante desse momento difícil que os suinocultores vêm enfrentando, essa linha de crédito surge como uma verdadeira mão na roda para a produção de suínos no Brasil, porque servirá como capital de giro para os produtores”, avalia.
O pleito também vinha sendo defendido pelos membros da Frente Parlamentar da Suinocultura, que marcaram reunião com o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel, na última sexta (8/3), e na oportunidade expuseram a realidade de seus municípios e ressaltaram a relevância da suinocultura para a economia dessas regiões, bem como a importância da linha de crédito para o setor. Na ocasião, estavam presentes o presidente da Frente, deputado Covatti Filho (PP-RS), os deputados Celso Maldaner (PMDB-SC), Ronaldo Benedet (PMDB-SC) e Mauro Pereira (PMDB-RS), além de Nilo de Sá e o consultor da CNA, Décio Coutinho.
Fonte: ABCS. 13 de abril de 2016.