A suinocultura brasileira tem de ficar de olho, a partir de agora, no México. Em uma década, os mexicanos vão assumir a liderança mundial na importação de carne suína.
As compras do país poderão atingir 1,30 milhão de toneladas, 32,0% mais do que as atuais, segundo estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Mesmo tentando elevar a produção, que crescerá 17,0% até 2025, o volume não será suficiente para cobrir o consumo daquele ano, cujo aumento será de 23,0% em relação ao atual.
O Brasil poderá ganhar força porque tanto Canadá como Estados Unidos, parceiros do México no Nafta (acordo comercial dos países da América do Norte), terão evolução de apenas 10,0% na capacidade de exportação de carne suína em uma década.
Os brasileiros poderão encontrar boa demanda, ainda, nos países da América Central e do Caribe, cujas compras externas vão aumentar 38,0% em uma década, para 236,00 mil toneladas.
Se a avaliação do USDA sobre o mercado externo estiver correta, o Brasil vai perder um dos seus principais mercados atuais: a Rússia. O consumo russo vai crescer, mas o país vem buscando autossuficiência na produção interna de proteínas. Com isso, os produtores russos deverão colocar 3,10 milhões de toneladas de carne suína no mercado em 2025, 20,0% mais do que atualmente. Já as importações russas deverão cair para 113,00 mil toneladas, 62,0% menos do que o volume atual. O Japão, líder atual em importações, cujo montante é de 1,30 milhão de toneladas, vai comprar apenas 1,20 milhão toneladas em 2025. A China, líder mundial em produção e em consumo, importará 1,10 milhão de toneladas em uma década. A produção atual da China é de 56,40 milhões de toneladas, 48,0% do total mundial.
Fonte: Folha de São Paulo. 4 de maio de 2016.