Cientistas brasileiros que integram o Fórum do Futuro - proposta para o desenvolvimento sustentável - participarão, até quarta-feira (18/5), do road show "O desafio global: mais alimentos, mais sustentabilidade" nos Estados Unidos. Eles visitarão as Universidades John Hopkins e Columbia, respectivamente em Washington e Nova York, para dizer que o Brasil está pronto para produzir quase a metade da safra agrícola suplementar, para atender o aumento da oferta global de alimentos.
O Fórum propõe a criação de plataformas científicas em biomas específicos, nas quais os pesquisadores das universidades e dos centros de pesquisa fariam trabalhos integrados. Faz parte dessa estratégia ampliar a troca de informações com cientistas dos EUA, da Europa, e, em seguida, da Ásia, na construção de diagnósticos e na proposição de soluções que atendam por parâmetros sustentáveis de produção.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que até 2050 o Brasil terá de aumentar a produção de alimentos de forma a contribuir para atender a pelo menos 40,0% da demanda necessária, em virtude do aumento da população, que pressionará os preços dos alimentos, e pela possibilidade de inclusão de camadas até hoje não atendidas da população. Atualmente, o País colhe anualmente cerca de 200,00 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas.
O papel do Fórum do Futuro é demonstrar que é economicamente e cientificamente possível alcançar esses objetivos sem recorrer ao desmatamento ilegal. A mensagem que esses cientistas levarão para o Banco Mundial, a FAO e as instituições que participam da Agenda de Washington é que o Brasil está pronto para compartilhar o conhecimento que já conquistou e que pode ser colocado à serviço de áreas vitais semelhantes ao cerrado, na produção de alimentos harmonizando a questão da natureza, sustentabilidade e aumento da produtividade.
O presidente do Fórum do Futuro, Alysson Paolinelli, estudioso do Bioma Cerrado, que encabeça a missão do grupo de cientistas, disse que o grande desafio é prosseguir alinhando o Brasil ao processo civilizatório global, cada vez mais pautado por valores universais consagrados. "E, desta forma, conseguir traduzir em desenvolvimento social, econômico e ambiental o melhor que a presente oportunidade do cenário da demanda mundial nos oferece", destacou ele, em comunicado.
Paolinelli recebeu o World Food Prize por ter liderado a construção da plataforma de Ciência, Tecnologia e Inovação aplicada sobre a região do Cerrado brasileiro. A agricultura tropical sustentável é produto da ciência brasileira e representa a segunda revolução na história da oferta de alimentos.
Substituiu o modelo destrutivo de ocupação da Amazônia; preserva 51,4% da cobertura nativa daquele Bioma; desenvolveu novas tecnologias que permitem ampliar a para produção de alimentos majoritariamente através da conversão de áreas já degradadas.
Fonte: Globo Rural. 16 de maio de 2016.