A avicultura de corte já começou a produzir para o segundo semestre de 2016. Pois, supondo-se que um frango seja abatido, exatamente, as seis semanas de idade, os pintos de um dia alojados nesta sexta-feira (20/5) de maio, serão abatidos em primeiro de julho próximo.
Mais importante, porém, é saber como vai se comportar a produção de carne de frango dos seis primeiros meses, algo que, a esta altura, só pode ser conjecturado, visto que o total de frangos do período só se completa com a produção de pintos de corte de abril (cujos números ainda não foram divulgados) e com parte da produção de maio (a alojada até ontem, se considerado o abate aos 42 dias).
Como se viu, o primeiro trimestre do ano foi encerrado com uma produção de pintos de corte 6,5% maior que a de idêntico período de 2015. Ou seja: a despeito das inóspitas condições de produção e consumo, manteve-se o ritmo planejado antes da crise, de expansão da produção.
E uma vez que, pelo menos até aqui, as condições de mercado não se alteraram – o consumo é baixo e, por isso, há excedentes de oferta – com certeza não é equivocado supor que, desde então, a produção se mantém elevada (pelo menos para o atual momento econômico brasileiro).
Na falta, pois, de outro indicador, estimou-se, para maio e junho, produção cerca de 4,5% superior à dos mesmos meses de 2015. E por que 4,5%? Porque essa foi a média diária de expansão do primeiro quadrimestre de 2016.
Aceito esse parâmetro, o potencial de produção de carne de frango do primeiro semestre de 2016 alcançará volume próximo de 6,93 milhões de toneladas, 5,0% a mais que o potencial estimado para os mesmos seis meses de 2015 (e apenas 0,3% a menos que o potencial estimado para o segundo semestre de 2015 – 6,95 milhões de toneladas).
Notar que os números apresentados indicam o “potencial” produtivo do setor, ou seja, o volume passível de ser atingido sob condições otimizadas. Como há tempos tais condições estão ausentes, o volume efetivamente produzido tende a ser menor.
No presente outono, porém, é provável que esse potencial esteja sendo alcançado ou, mesmo, superado. Por duas razões principais. A primeira diz respeito à própria estação do ano, de clima mais ameno, fator que proporciona maior rendimento (e, portanto, mais carne) dos frangos em produção.
O outro fator de aumento de peso do frango é o mercado consumidor. Que, recessivo, não consegue absorver rotineiramente o que é produzido, levando a um processo que, eufemisticamente, vem sendo chamado de “formação de estoques no campo”.
Isso, na realidade, significa apenas que as aves em criação vêm sendo abatidas muito além da idade ideal. E o resultado é a geração de um volume de carne ainda maior, mesmo que o volume em criação seja menor. É um desempenho que apenas retarda o reequilíbrio da atividade.
Fonte: Avisite. 20 de maio de 2016.