Roberto Jank Jr., engenheiro agrônomo e diretor presidente da Agrindus S/A, falou com a Scot Consultoria sobre as expectativas para o mercado do leite no segundo semestre e dá a dica ao produtor para este ano de incertezas.
Scot Consultoria: Quais as suas expectativas para o mercado de leite no segundo semestre de 2016, em termos de preços, custos de produção, demanda e conjuntura do setor de leite e derivados?
Roberto Jank Jr.: Estamos vivendo um momento inédito de tempestade perfeita. Custos altos de commodities agrícolas, desmotivação prolongada dos produtores decorrente dos baixos preços do leite em 2015, queda na oferta de crédito para a produção primária e preços historicamente altos para a carne, este conjunto de fatores motiva o descarte de fêmeas leiteiras. Não há solução de curto prazo. Portanto, esse movimento deve permanecer até o final do ano, se não houver um agravante de queda repentina no consumo decorrente da crise socioeconômica que o país está passando.
Scot Consultoria: Qual a estratégia da Agrindus para minimizar os impactos dos aumentos dos custos de produção, principalmente com os alimentos concentrados?
Roberto Jank Jr.: A principal variável hoje é o preço do leite cru, cuja escassez de oferta tem turbinado o principal driver do mercado, que é o leite UHT. Enquanto houver preço, os altos custos de produção ficam minimizados.
Scot Consultoria: Qual a sua dica/sugestão para o produtor de leite em um ano de incertezas e cautela, como foi 2015 e está sendo em 2016?
Roberto Jank Jr.: A dica é investir em eficiência de produção e escala, e aproveitar o momento para realizar bons contratos de compra de insumos e venda de leite. O resultado está nos detalhes e não devemos desconsiderar nada que ajude a operação a “vazar”.