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Carta Leite - Queda na produção de leite no primeiro trimestre

por Juliana Pila
Quarta-feira, 22 de junho de 2016 -18h00


A Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente aos primeiros três meses deste ano, foi publicada no dia 16 de junho.


No levantamento são considerados os laticínios com inspeção municipal, estadual e/ou federal.


No primeiro trimestre o volume de leite adquirido foi de 5,86 bilhões de litros, um recuo de 6,8% em relação à captação do trimestre anterior. Na comparação com igual período do ano passado, a queda foi de 4,5%.


Na comparação mês a mês com o ano passado, foi observado recuo em todos os meses (figura 1), resultado do menor investimento por parte do produtor na atividade por causa dos altos custos de produção e quedas nos preços do leite a partir de meados de 2015. Problemas climáticos em algumas regiões também colaboraram com este cenário.


Com a produção em queda, começou o movimento de alta de preços do leite pago aos produtores, a partir de novembro de 2015. De lá pra cá, a cotação subiu 10,5% e no pagamento de maio o produtor recebeu em média R$1,061 por litro, segundo levantamento da Scot Consultoria.


Na variação anual, o pecuarista está recebendo 14,2% mais pelo leite.


Se considerarmos a inflação acumulada em um ano, de 9,3%, tivemos valorização real do produto.



Considerações finais


Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, em abril o volume diminuiu 2,7% frente ao mês anterior (média nacional). A produção caiu em todos os estados pesquisados, com o agravante do clima e o custo da alimentação concentrada em alta.


Para maio, os dados parciais apontam para queda de 0,2% na produção brasileira, já com o peso da produção retomando no Sul do país e abertura de silos no Brasil Central e região Sudeste.


Em relação a maio do ano passado, a produção caiu 2,0%. Ou seja, o volume de leite captado deverá ser menor também no segundo trimestre.


Com relação aos preços aos produtores, a expectativa é de que a pressão altista perca força em curto e médio prazos, com a retomada da produção nas principais bacias leiteiras do país e à menor demanda por derivados na ponta final da cadeia.


Para o pagamento de junho (produção de maio), 70% dos laticínios pesquisados acreditam em alta dos preços ao produtor e os 30% restantes falam em manutenção.


Em curto prazo, aumentou o número de empresas no Sul do país apontando para manutenção dos preços, em função da retomada da produção.


Na região Sudeste e Centro-Oeste, a expectativa é de alta de preços, porém, a intensidade deverá ser menor nos próximos meses.