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Carta Grãos - Estoques enxutos devem limitar queda dos preços do milho

por Rafael Ribeiro
Terça-feira, 28 de junho de 2016 -16h00


A cotação está em queda, mas o patamar de sustentação estimado para esta temporada está acima do registrado no mesmo período de 2015.


Na BM&F/Bovespa, os contratos com vencimentos próximos caíram a partir de meados de junho.


O contrato de setembro/16 fechou em R$41,10 por saca de 60 quilos no dia 27 de junho. Para uma comparação, em setembro de 2015, o preço médio no mercado físico ficou em R$30,00 por saca.


A menor oferta, e os estoques enxutos em relação aos anos anteriores, são os limitantes para as quedas de preços neste período de colheita da segunda safra (2015/2016).


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que na primeira e na segunda safra serão produzidas 77,22 milhões de toneladas.



Este volume está 10,0% menor que o colhido em 2014/2015. Em valores absolutos, são 8,45 milhões de toneladas a menos. Não estão descartadas revisões para baixo da produção, em especial com relação à segunda safra.


Além da queda na produção, o forte aumento da exportação enxugou o mercado.


Com isso, os estoques finais diminuíram e o volume estimado para 2015/2016, de 5,80 milhões de toneladas, será o menor desde 2011/2012. Veja a figura 2.



Exercício: o consumo brasileiro está estimado em 56,52 milhões de toneladas na temporada 2015/2016 (Conab), ou seja, uma demanda diária de 154,86 mil toneladas.


Considerando os estoques finais em 5,80 milhões de toneladas, o volume é suficiente para abastecer o mercado por 37 dias.


Abaixo de trinta dias de estoque, o cenário é de preocupação com o abastecimento, já que este é o tempo que normalmente se gasta com os trâmites e deslocamento no caso de importação. Ou seja, em caso de desabastecimento, “daria tempo” de importar milho para atender a demanda interna.


Fazendo uma comparação, no final da temporada passada (2014/2015), o volume em estoque era suficiente para abastecer 68 dias, um cenário bem mais tranquilo em termos de disponibilidade do grão.