O ano de 2016 tem sido desafiador para o pecuarista.
A alta dos preços dos insumos (principalmente no que diz respeito à alimentação), e a situação econômica do país pintam este cenário.
A falta de chuvas na maior parte das regiões, com a consequente piora na qualidade das pastagens, e as incertezas quanto ao mercado do boi gordo também foram fatores para que os compradores rareassem, o que resultou em baixa liquidez no mercado de reposição nos primeiros meses do ano.
Após as valorizações da reposição observadas principalmente no final de 2015, a retração da demanda ocasionou em queda nas cotações no decorrer do ano. A cotação do boi gordo, por sua vez, subiu 0,4% no período (figura 1).
Com isso, a relação de troca da reposição com o boi gordo melhorou, ou seja, a quantidade de arrobas de boi gordo para comprar um bovino de reposição diminuiu.
No início de setembro, o pecuarista comprava um boi magro com 12,83 arrobas do boi gordo. Melhora de 4,0% na comparação com janeiro, quando a relação estava em 13,36@.
Na figura 2 estão as relações de troca desta categoria com o boi gordo.
Os preços firmes da reposição em 2015 e no início de 2016 estimularam a cria e provocaram a retenção de matrizes.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidas 2,92 milhões de fêmeas no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esta retenção deverá resultar em um número maior de bezerros nos próximos anos.
Fica a expectativa de aumento na oferta de animais jovens, fator que tende a colaborar com uma melhora na relação de troca entre o boi gordo e os animais de reposição.
Por: Felippe Reis e Juliana Serra