A expectativa é de preços frouxos neste último bimestre.
Do lado da demanda, a movimentação interna deverá ser fraca, assim como as exportações em ritmo lento, devido à concorrência com o milho norte-americano.
A disponibilidade, com a colheita na reta final, pressiona as cotações para baixo nos Estados Unidos, onde a tonelada está cotada próxima de US$135,00. Para uma comparação, o milho exportado pelo Brasil em novembro ficou cotado, em média, em US$169,44 por tonelada.
Com isso, os embarques brasileiros (média diária) caíram 79,1% em outubro, em relação ao mesmo mês de 2015. No parcial de novembro, o volume exportado por dia caiu 90,1%, na comparação anual. Veja a figura 1.
Este cenário de calmaria no mercado e o clima, até então, favorável ao avanço do plantio e desenvolvimento das lavouras de primeira safra devem manter os preços andando de lado no mercado interno, com possibilidade de quedas pontuais.
O momento está favorável às compras, para quem precisa do produto nos primeiros meses do ano que vem.
Um ponto importante, e que pode voltar a dar sustentação às cotações no primeiro semestre de 2017, é a disponibilidade interna pequena, pensando nos estoques finais em 2015/2016, estimados em 7,28 milhões de toneladas, o menor desde 2013/2014, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Apesar da expectativa de aumento da área plantada na safra de verão em 2016/2017, o incremento na produção não será suficiente para recompor os estoques. Será preciso, pelo menos, uma segunda safra cheia.
A Conab estima um incremento de 0,8% a 6,4% na área semeada na primeira safra, em relação à safra passada. A produção pode chegar a 28,55 milhões de toneladas, 10,4% mais que o colhido em 2015/2016. Os números são do relatório divulgado em novembro.
Além do incremento na área, a produtividade deverá ser melhor que no ciclo que se encerrou, cuja quebra registrada foi de 20,3%, em função da falta de chuvas em regiões produtoras.
Com relação à segunda safra, a Conab manteve a área semeada em 2015/2016, de 10,53 milhões de hectares para a temporada atual.
A produção foi estimada em 56,07 milhões de toneladas. São 15,36 milhões de toneladas a mais que o colhido na “safrinha” passada. Estima-se produtividade melhor em 2016/2017.