por Leonardo Prandini
Durante a Eurozebu, em Londrina, o Seminário Nacional de Produção de Carne Bovina com Qualidade abordou as atualidades do setor e o desenvolvimento das práticas intensivas no estado do Paraná.
A participação de zootecnistas, veterinários, acadêmicos e consultores apresentaram a competitividade e as tendências da pecuária nacional, além de apontar os resultados do uso de cruzamento industrial, gestão eficiente de pastagens, confinamento, abate precoce e de alianças mercadológicas no estado do Paraná. Demonstrou-se que através da intensificação e do uso de tecnologia viabiliza-se os melhores índices de produtividade e retorno da atividade.
A exemplo da avicultura e suinocultura, as atuais dificuldades enfrentadas na pecuária exigem uma profissionalização do setor produtivo, assim como investimentos em tecnologias e em métodos inovadores de reprodução, alimentação e na comercialização que acompanhem as tendências do consumo.
Há uma crescente necessidade de abater o animal jovem para o aproveitamento do alto ganho de peso e o baixo consumo de matéria seca, o que gera uma diminuição significativa da duração do ciclo de engorda.
O programa de novilho hiper-precoce desenvolvido pela EMATER tem gerado bons resultados no Paraná. Ainda em fase introdutória, a arroba de animais abatidos aos 12 meses alcança até R$80, mesmo não sendo considerada vitelo. A carne tem excelente aceitação nos grandes centros como Curitiba.
A organização de pecuaristas através de alianças mercadológicas contorna as dificuldades do setor e garante autonomia ao produtor. Atualmente nove no Paraná, as alianças usam frigoríficos como prestadores de serviço e os pagam geralmente com subprodutos do boi. Através de contratos e um planejamento consistente de abate, fornecem diretamente para supermercados e restaurantes e, em torno de 15-20 dias, o produtor recebe até 10% a mais pela arroba.
O seminário concluiu que assim como outros setores da economia, o mercado de carne está em constante mudança e exige adaptação rápida dos produtores. Só as alianças podem fortalecer o produtor de carne bovina de qualidade frente ao produto comum. A chave para ganho de competitividade é o manejo intensivo com tecnologia que, mesmo mais oneroso, gera aumento significativo da produtividade.