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Carta Leite - Balanço da rentabilidade da atividade leiteira em 2016

por Juliana Pila
Quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017 -16h20


A Scot Consultoria calcula todo começo de ano as rentabilidades médias das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital, referentes ao fechamento do ano anterior.


Para tanto, utilizamos modelos econômicos que levam em consideração fatores estimados para cada negócio agropecuário (índices técnicos, localização e estrutura produtiva), conforme o nível tecnológico. 


Neste sentido, ressaltamos que os resultados apresentados podem ter significativa variação, conforme alteração dos índices produtivos. 


Leite


No caso da pecuária leiteira, a rentabilidade foi positiva para os sistemas tecnificados, por outro lado, foi negativa para o sistema de baixa tecnologia.


Comparando a média de 2016, em relação a 2015, o preço do leite ao produtor subiu 17,5% em valores nominais, no entanto, os custos de produção subiram, em média, 21,0% no mesmo período, segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção.


A rentabilidade média da atividade de alta tecnologia subiu de 1,69% em 2015 para 3,08% em 2016.


Neste caso, com custos de produção diluídos, em função da maior produtividade (consideremos uma média de 25 mil litros/ha/ano) e maior poder de barganha na negociação de insumos, os resultados econômicos foram favorecidos pela forte alta de preços do leite ao produtor no primeiro semestre de 2016.


Tabela 1.
Rentabilidades agropecuárias em 2015 e 2016.


Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Já a pecuária leiteira de baixa tecnologia amargou mais um ano de prejuízo. Este foi o quinto ano consecutivo de rentabilidade negativa. Foi o pior resultado dentre as atividades agropecuárias analisadas.


Figura 1.
Evolução das rentabilidades médias da atividade leiteria de alta e baixa tecnologia, em %.


Fonte: ANBIMA / BC / BM&FBovespa / FGV / Scot Consultoria 


Na figura 2 está uma comparação com outras atividades agropecuárias e opções de investimentos.


Figura 2.
Rentabilidades médias das atividades em 2016.




AT: aplicação crescente de tecnologia; BT: baixa tecnologia.
Fonte: ANBIMA / BC / BM&FBovespa / FGV / Scot Consultoria 


Perspectivas para 2017


A previsão é de um quadro um pouco melhor para a atividade leiteira em 2017, com recuperação (ligeira) da margem para o produtor, porém, um ano que exigirá cautela de todos os elos do setor.


A oferta restrita de leite no mercado interno, reflexo do menor investimento na atividade nos últimos anos, deverá manter os preços aos produtores em patamares elevados.


Com relação aos custos de produção, a expectativa é de maior oferta de grãos, que deverá reduzir os custos com a dieta dos bovinos.


No entanto, pontualmente o clima, a demanda e o câmbio podem interferir no mercado de grãos. É preciso atenção e acompanhamento diário dos mercados e fatores envolvidos.