Apesar da oferta relativamente reduzida, considerando que estamos em período de safra, os frigoríficos pressionam negativamente as cotações do boi gordo. Ontem, de acordo com levantamento da Scot Consultoria, os negócios em São Paulo ocorriam entre R$82,00/@ e R$83,00/@, a prazo, para descontar o funrural, sendo que muitos compradores já trabalhavam, de balcão, com valores ainda mais baixos.
O problema está na dificuldade de escoamento da carne. A defasagem do equivalente físico (carcaça com osso) para a cotação do boi gordo, ontem, estava em quase 14%. A média dos últimos anos tem girado em torno de 12%.
O boi gordo caminha para testar, novamente, o piso de R$80,00/@ em São Paulo, como já aconteceu em meados de dezembro do ano passado. Naquela época, o mercado encontrou sustentação depois de um forte movimento de baixa, que havia se iniciado ao final de outubro.
Vale a pena ficar de olho na demanda por carne bovina. Hoje ela é fator de baixa, mas o mercado é extremamente dinâmico, ou seja, muda “de uma hora para outra”.
Apesar de a economia brasileira estar sentindo os reflexos da crise, alguns fatores podem favorecer o aquecimento das vendas de carne. Destacam-se o aumento do salário mínimo, a queda de 17% da carne no atacado (esperamos que o varejo repasse ao menos parte desse ajuste para o consumidor), a volta às aulas, a retomada de exportações para o Chile, o aumento das vendas para a União Européia e a firmeza dos preços da carne de frango. (FTR)