A cotação da arroba do boi gordo caiu na maioria das trinta e duas praças pesquisadas pela Scot Consultoria.
Na média, a queda foi de 3,7% no período, com destaque para o Oeste da Bahia e Norte de Minas Gerais, cujas cotações caíram 10,8% e 10,7% respectivamente.
Nessas regiões, a falta de chuvas comprometeu a recuperação das pastagens e dessa forma, muitas boiadas foram para o abate. Esse incremento de oferta contribuiu para um cenário maior de pressão baixista na região.
Quando comparamos a cotação da arroba do boi gordo em Araçatuba-SP no final do primeiro bimestre deste ano com o preço no mesmo período do ano passado, temos uma queda nominal de 7,1%. Veja na tabela 1.
O principal fator que colaborou para este cenário de retração e que está balizando o mercado do boi gordo é a crise econômica e a contração do consumo de carne bovina.
Diante disso, o escoamento de carne bovina perdeu velocidade e não há estímulo e nem interesse dos frigoríficos intensificarem a compra de boiadas.
Para contornar este cenário deprimente, a estratégia adotada por algumas indústrias foi elevar a ociosidade e trabalhar com escalas de abate justas.
Por isso, nem mesmo a curta oferta de boiadas e a resistência dos pecuaristas, que por sua vez também estão vendendo vagarosamente, conseguiram conter essa pressão baixista no primeiro bimestre.
E o que esperar para este ano?
Reposição
O mercado de bovinos para reposição também perdeu firmeza e os preços, quando muito devem andar de lado em 2017, mas o cenário é de perda de valor real. Há mais vacas produzindo.
Diante deste mercado pouco animador para a reposição, matrizes devem ser descartadas, aumentando a oferta de bovinos para abate e agravando a cotação dos bovinos terminados.
Outro fator relevante é que em função do aumento do custo de produção para confinar bovinos no ano passado, uma parcela de bois magros não foi terminada em tempo, pois não foram para o cocho e esses animais serão abatidos agora. Com isso haverá um incremento na oferta de boiadas contribuindo para afrouxar o mercado.
Final
Apesar dos indicadores apontarem para um ano “apertado”, este é um ano de transição e de oportunidades. Apesar das dificuldades antecipadas, sentiremos saudades de 2017 em 2018.
Texto que foi publicado na edição de março da Revista Coopercitrus