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Carta Grãos - Colheita e baixa liquidez ditam o ritmo do mercado de milho

por Rafael Ribeiro
Sexta-feira, 30 de junho de 2017 -09h26


Os preços do milho estão pressionados negativamente, em função da colheita da segunda safra e à baixa liquidez.


A intensidade da queda, porém, foi limitada nas últimas semanas, com a ponta vendedora resistente em negociar, diante das cotações vigentes.


Segundo levantamento da Scot Consultoria, em junho, na região de Campinas-SP, a saca, sem o frete, ficou cotada, em média, em R$26,07. A cotação está 46,0% menor na comparação com junho do ano passado (figura 1).



Os preços caíram com mais intensidade no Centro-Oeste. Veja a tabela 1.



Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até a última semana de junho, 19,7% da área semeada com milho na segunda safra fora colhida. No Paraná, a colheita atingiu 2,0% da área, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral).


O ritmo dos trabalhos está normal. Com o clima seco, espera-se avanço da colheita, cujo fim está previsto para julho. 


Ou seja, tem bastante milho para chegar ao mercado nos próximos dias, o que deverá manter o viés de baixa sobre os preços. A preocupação maior é com relação a falta de armazéns, visto o menor ritmo de comercialização da soja nesta temporada.


Do lado da comercialização, em Mato Grosso, 60,5% da produção prevista para 2016/2017 foi negociada, frente a 85,0% no mesmo período da safra passada. Os números corroboram com a baixa liquidez no mercado interno.


No Paraná, a comercialização atingira 5,0% do volume previsto para esta safra, frente aos 25,0% comercializado no mesmo período de 2015/2016.


Expectativas e considerações finais


Em curto e médio prazos, a maior oferta deverá manter a pressão de baixa sobre os preços. Para quem precisa a sugestão é de compra.


O aumento da produção e os maiores estoques estão precificados e os recuos daqui para frente deverão ser mais comedidos.


Para o vendedor, a expectativa é de preços mais firmes a partir de meados do segundo semestre. No entanto, os patamares de preços deverão ficar bem abaixo do registrado no ciclo passado.


Na B3, antiga BM&F/Bovespa, o contrato futuro de milho com vencimento em julho/17 fechou cotado em R$25,51 por saca. Para setembro/17, o contrato aponta para uma saca de R$25,59 (29/6).


Já para novembro, a referência ficou em R$26,52 por saca, sinalizando uma possível reação, considerando a algum incremento na exportação. Dependerá do câmbio e da competitividade do milho brasileiro no mercado internacional.


Por fim, os agentes de mercado estão monitorando o clima e o andamento dos trabalhos nos campos brasileiros e norte-americanos, onde a semeadura da safra 2017/2018 foi concluída.