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IBC-Br de maio recua, confirmando a desaceleração da economia no segundo trimestre

por Parallaxis
Sexta-feira, 14 de julho de 2017 -15h50

O indicador de atividade do Banco Central (IBC-BR), tido como proxy do PIB brasileiro, variou -0,51%, no mês de mai/17, na comparação mensal com ajustes sazonais, após crescer 0,15% em abr/17. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador apresentou avanço de 1,40%, após recuar 1,69% no mês anterior. A queda na passagem do mês foi reflexo principalmente da contração das vendas do varejo.​


Figura 1.
IBC-Br (Var% A/A à esquerda e Var.%m/m ajustado à direita)


O resultado do indicador para o mês de maio foi pior que o esperado, uma vez que os modelos da Parallaxis apontavam para avanços de: +0,2% na passagem do mês e de +2,5% na comparação interanual, números semelhantes era esperado pela mediana das projeções do mercado.


Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou queda de 2,23%, melhorando em relação ao resultado encerrado em abr/17, de -2,75%, e também menos negativo que o mesmo período do ano anterior (mai/16), quando o indicador apontava recuo de 5,45% no acumulado em 12 meses.


Figura 2.
IBC-Br (Var.% Acum. 12 meses –BCB)


Comparando os dois meses que iniciam esse 2º trimestre (abril e maio), na comparação com o mesmo período do ano passado, o IBC-Br demonstrou recuo de 0,2%. Já na comparação com o janeiro e fevereiro de 2017, na série com ajuste sazonal, o indicador revelou avanço marginal de 0,1%.


A sequência de indicadores de atividade do 2º trimestre tem revelado que a economia desacelerou, na comparação com o 1° tri. Essa desaceleração está relacionada ao término da influência positiva vinda do setor agropecuário, ao impacto gerado no tecido socioeconômico vindo da política e também a fraca demanda interna, confirmando o cenário de estabilização da atividade econômica num baixo patamar de atividade. Projetamos +0,1% para o PIB do 2º tri, em comparação com o tri imediatamente anterior, o que tecnicamente apontaria o fim da recessão econômica.


Em tempo, aproveitamos para revisar nossa projeção do PIB para o ano de 2017, que foi de +0,5% para +0,4%, com viés de baixa. A alternância de dados positivos e negativos da atividade é uma das características que temos frisado que tende a ditar uma recuperação morosa. Para 2018 também revisamos nossa projeção de crescimento do PIB de +2,5% para 2,2%.


Até meados do segundo semestre de 2017 a tendência de queda na renda dos trabalhadores permanecerá, simultaneamente, com o crédito ainda restritivo. Estes fatores tendem a deprimir a demanda, que somada a um ambiente com elevada ociosidade da capacidade instalada e um processo de desalavancagem do setor privado torna bastante difícil a retomada de maneira mais robusta. O crescimento sustentável não acontecerá enquanto os investimentos não retornarem.