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Voltando aos patamares pré-delação

por Leandro Bovo
Sexta-feira, 4 de agosto de 2017 -17h00

 


A trajetória de alta desenvolvida pelo mercado futuro nas últimas semanas permanece intacta e todos os vencimentos da curva continuam recuperando o terreno perdido e caminhando no sentido de recuperar os patamares anteriores à delação dos executivos da JBS. Aliás, esse fato não é verdadeiro apenas para o mercado de boi gordo, mas também para a maioria dos ativos financeiros negociados na bolsa brasileira. Acompanhe na tabela 1.




Como podemos observar na tabela 1 a única variável que ainda está significativamente abaixo do seu patamar pré-delação é justamente o boi no mercado físico, que sofreu além dos efeitos da delação, também os efeitos do final da safra de bois a pasto que vinham sendo represados desde a carne fraca em meados de março. Pelas altas do Índice Esalq nos últimos dias e pelo encurtamento das escalas de abate em todo Brasil, aparentemente estamos caminhando para diminuir esse diferencial, porém, se tivermos a curva de preços futura como base, esse fato só ocorrerá em outubro de 2017.


A boa notícia para os produtores é que com a alta do mercado futuro, o custo de aquisição de seguro de preço mínimo tem caído bastante e os valores voltaram a ficar competitivos. Hoje um seguro de preço mínimo para outubro de nível R$130,00/@ pode ser comprado por R$1,25/@, para quem quiser gastar um pouco menos o de nível R$125,00/@ sairia por R$0,40/@. Com a queda do custo da alimentação no confinamento, esses preços mínimos garantem uma margem mínima interessante frente ao custo da arroba engordada. Geralmente a demanda por esse tipo de proteção tende a aumentar muito com o mercado em queda, que é justamente onde esses seguros acabam ficando mais caros. O ideal é aproveitar a maré favorável para comprar proteção para a produção que já esteja no cocho, porém desprotegida.