A produção mundial está crescendo desde 2009. No entanto, o ritmo desse crescimento foi menor em 2016.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no ano passado o volume global atingiu 596,31 bilhões de litros.
O incremento na oferta mundial foi de 0,7% em 2016, frente a 2015, e a estimativa é que a produção cresça 1,8% em 2017, em relação a 2016. O crescimento médio de 2010 a 2015 foi de 2,8% ao ano. Veja a figura 1.
O menor crescimento em 2016 se deu em função da forte queda da cotação dos lácteos em 2015, que desestimulou o investimento na atividade.
Segundo dados dos leilões da Global Dairy Trade (GDT), referência de preços no mercado internacional, a cotação média do leite em pó em 2016 fechou 1,9% maior que em 2015.
Já em 2015, a cotação ficou em US$2.417,65 por tonelada, queda de 30,9% em relação à média do ano anterior. Destacamos que a cotação média de 2014 já havia caído 26,3% em relação a 2013. Ou seja, foram dois anos de queda, veja a figura 2.
E no Brasil?
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, a produção de nacional foi de 35,0 bilhões de litros.
Na última década a produção nacional cresceu 42,2%.
No entanto, em 2015 e 2016 a produção caiu em função do forte aumento dos custos de produção e também de problemas climáticos em importantes regiões produtoras.
Estes fatores desestimularam os investimentos e provocaram a redução de despesas por parte do produtor, inclusive com a alimentação.
Os dados de produção de 2016 foram estimados com base na variação do volume captado pela Pesquisa Trimestral do IBGE que apontou queda de 3,7% na captação naquele ano. Esta pesquisa considera somente a produção inspecionada (municipal, estadual ou federal).
Para 2017, segundo Índice de Captação de Leite da Scot Consultoria, de janeiro a julho, últimos dados consolidados até o fechamento deste artigo, a produção aumentara 1,8% comparativamente com o mesmo período do ano anterior.
Expectativas para 2017
A cotação média do leite em pó no mercado internacional, até agosto, está em US$3.117,00 por tonelada, preço 45,8% maior que o registrado em igual período de 2016.
Do lado do consumo, o cenário mundial difere do Brasil, puxado pelo incremento da demanda dos países asiáticos, com destaque para a China. Este fato, diante de uma oferta comedida no mercado mundial tem dado sustentação às cotações do leite e derivados.
Esta alta de preços pode incentivar a produção e levar a um crescimento maior a partir deste ano.
No mercado interno, a produção vem crescendo com o clima favorável e também em função da queda nos custos de produção, especialmente da dieta.