O mercado perdeu a força e a trajetória de alta de preço da carne bovina no atacado, que durou três semanas, chegou ao fim. Embora o recuo nos preços no acumulado dos últimos sete dias seja pequeno, 0,1%, é uma mudança de comportamento.
Em um mês, ou desde quando a margem de comercialização das indústrias que realizam a desossa chegou a 43,0%, a receita total dos frigoríficos, considerando todos os produtos provenientes do abate, recuou 1,0% enquanto a arroba acumulou alta de 10,3%.
Couro e sebo, que ficaram 5,9% mais baratos, e miúdos e subprodutos, cujo preço caiu 7,9%, no período, contribuíram para a queda na remuneração destes agentes. A carne sem osso ficou com preços praticamente estáveis.
Isso derrubou a margem das indústrias em quase 15 pontos percentuais, chegando aos 25,0%. Embora ainda acima da média histórica, o caixa das indústrias sofreu uma importante redução, isso sem contar que a ociosidade está elevada com a recente falta de matéria-prima, chegando em alguns dias deste mês a 50,0%, o que encarece ainda mais a operação.
Essa “falta” de boiadas não foi suficiente para regular o mercado, para encontrar um ajuste com a demanda existente.
Em algum momento, se a dificuldade de repasse dos custos para a carne e demais produtos vendidos pelos frigoríficos continuar, isso deve limitar as valorizações da arroba do boi.