Santa Catarina, único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, vive um momento de tensão.
Após a suspeita de novos casos da doença no Paraná, provavelmente de animais vindos de Mato Grosso do Sul para uma exposição, o governo catarinense e entidades ligadas à agropecuária discutem sobre a possibilidade de reiniciar a vacinação do rebanho.
Há cinco anos não ocorre a vacinação no Estado. E, apesar de Santa Catarina não ser considerada livre da doença sem vacinação pela OIE (Organização Internacional de Epizootias), a posição conquistada facilita muito a negociação internacional de carne bovina e suína.
Entretanto o dilema envolve o sério risco do Estado. Se houver um caso em Santa Catarina, a disseminação da doença será muito rápida e provavelmente uma imunização não será suficiente para conter o vírus, já que os animais não são vacinados há alguns anos.
Porém, caso a vacinação seja estabelecida, para que Santa Catarina consiga novamente o status de livre da doença sem vacinação, agora reconhecido pela OIE, necessitaria de pelo menos 12 meses sem casos, evidências da doença e vacinação, o que não deixaria de ser um retrocesso.
Apesar de não estar entre os maiores produtores de bovinos, Santa Catarina detém o maior rebanho, produção e exportação de carne suína do Brasil. E como a aftosa afeta diretamente a comercialização de suínos, o Estado pode ter severos prejuízos, dependendo da evolução da doença em âmbito nacional e atitudes do governo catarinense. (MGT)