Felizmente 2017 vai caminhando para o final de uma forma muito mais positiva do que a maioria das pessoas imaginava ser possível, diante de todos os enormes problemas enfrentados ao longo do ano. A alta do boi gordo ao longo da entressafra devolveu, de certa forma, a racionalidade ao mercado, com os pecuaristas conseguindo vender seu produto a preços minimamente remuneradores e com a indústria também conseguindo escoar sua produção nos mercados interno e externo de forma satisfatória.
A melhor notícia desse fim de ano ficou reservada para quem tinha boi gordo para vender em Goiás e Minas Gerais, cujos diferenciais de base estão praticamente zerados com relação à praça paulista, numa condição extremamente favorável para os poucos privilegiados que possuem boi gordo para abater nessas praças nesse momento.
O mercado futuro vem seguindo o ritmo de melhora do mercado físico e já precifica todo o ano de 2018 acima do importante nível psicológico dos R$150,00/@ à vista para descontar o Funrural em São Paulo. Essa melhora somada à maior aversão ao risco decorrente dos sustos de 2017 têm aumentado a demanda por hedge entre os pecuaristas e, pela primeira vez nos últimos anos o mercado irá iniciar um ano com um número maior de contratos em aberto do que no ano anterior. É verdade que ainda estamos num nível muito abaixo do que seria minimamente razoável, porém essa situação pelo menos nos permite a óptica de enxergar o copo meio cheio. Acompanhe na tabela 1.
Tabela 1.
Contratos no mercado futuro.
Fonte: B3.
Se analisarmos apenas o mercado de opções de venda, o crescimento já é mais notável, com o mercado saindo de 4.075 contratos em aberto nessa época para 2017, para um volume de 11.173 para 2018 hoje, um crescimento de 175% refletindo que as lições de 2017 devem estar tendo impacto no mercado atual.
É fato que a precificação do mercado atual e a queda recente na volatilidade do mercado também colaboram muito para a melhora do mercado de opções, já que os preços mínimos negociados tem sido suficientes para dar uma proteção interessante frente aos custos de produção. Depois do difícil ano de 2017, nada mais merecido do que um final de ano positivo com boas expectativas para 2018!