Janeiro é tradicionalmente um mês bastante ruim para as vendas de carne e, logicamente ninguém tinha boas expectativas com relação ao desempenho das vendas nesse período. Ocorre que as vendas foram, em muitos casos, piores do que o esperado e isso tem gerado uma forte pressão baixista nas indústrias paulistas nos últimos dias.
A época do ano favorece para que o pecuarista resista de forma mais forte frente às tentativas de recuo, porém, o que tem ajudado à tornar a pressão mais efetiva em São Paulo tem sido o diferencial de base com o Mato Grosso do Sul bastante aberto, possibilitando que muitas indústrias componham escala com bois de lá e assim possam ter mais força para pressionar a praça paulista. Acompanhe na tabela 1 os diferenciais de base das principais praças pecuárias do Brasil.
Tabela 1.
Diferenciais de base das principais praças pecuárias do Brasil.
Fonte: Cepea. Elaborado por Radar Investimentos
Repare que enquanto praças como Triângulo Mineiro, Goiânia, Rio Verde e Cuiabá estão com os diferenciais significativamente abaixo dos de um ano atrás, as duas praças do Mato Grosso do Sul são as únicas com diferencial maiores do que um ano atrás.
Essa maior oferta relativa tem sido escoada para São Paulo colaborando com a pressão por aqui.
O mercado futuro ainda tem operado em ritmo de férias e com baixo volume negociado, porém refletiu essa pressão com quedas em todos os vencimentos da curva, que estão operando nas mínimas das últimas semanas.
Jan/18 que chegou a fazer máxima a R$148,80/@ no início do ano recuou para R$145,50/@, mai/18 fez máxima a R$148,00/@ e está em R$144,50/@ e out/18 recuou de R$154,00/@ para R$151,00/@.
Por enquanto, o mercado futuro tem apenas acompanhado o ritmo de queda do mercado físico e não evidenciou nenhuma tendência bem definida nem para a safra e nem para a entressafra.
A boa notícia é que a volatilidade tem sido bastante baixa e isso barateia bem os preços das opções para quem quiser buscar seguros de preço mínimo.