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Milho - Tendências para o primeiro semestre

por Felippe Reis
Sexta-feira, 19 de janeiro de 2018 -15h00


Após 2016 com quebra da safra e preços altos e 2017 com produção recorde e preços baixos, o que projetar para o mercado em 2018?


Para esta projeção e para traçar uma estratégia de compra ou venda, analisaremos os fundamentos de mercado.


Cenário e expectativas


Na comparação com o ciclo anterior, a expectativa é de uma redução de 2,9% na área cultivada (17,09 milhões de hectares) e queda de 2,8% na produtividade devido ao clima desfavorável em relação ao ano anterior.


Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deverá ser 5,7% menor no ciclo atual, frente a 2016/2017. Estão estimadas 92,35 milhões de toneladas em 2017/2018, frente as 97,84 milhões de toneladas colhidas anteriormente, considerando a primeira e segunda safras.


Este cenário de menor oferta deverá ser sentido principalmente no primeiro trimestre. A queda na área de plantio na primeira safra, está estimada em 9,6% frente ao ciclo anterior, enquanto que para a segunda safra, por ora a Conab está mantendo a área semeada igual a segunda safra do ciclo 2016/17. Há expectativa de queda da produtividade nesta temporada e dependendo do clima poderá ocorrer revisão na área de milho de segunda safra.


Historicamente o primeiro semestre apresenta os maiores preços do ano (principalmente nos meses que antecedem a colheita da segunda safra).


Colheita da safra de verão


Apesar da queda da quantidade de negócios na primeira quinzena de janeiro, normal para a época do ano, a perspectiva é de que o mercado ganhe ritmo nas próximas semanas, principalmente com o início da colheita da safra de verão.


Para a primeira safra, o Brasil deverá colher 25,18 milhões de toneladas. Volume 17,3% menor que o ciclo anterior.


Mesmo com a menor produção, com o avanço da colheita da safra de verão e o aumento gradativo da oferta, os preços deverão perder a sustentação. Mas atenção ao clima.


Considerações sobre o clima


As precipitações em bons volumes em dezembro colaboraram com o desenvolvimento da cultura em boa parte do país, especialmente no Sudeste, Centro-Oeste e Paraná.


Aliás, a melhora do clima fez a Conab rever para cima a projeção da produção da primeira safra no último relatório, em janeiro/18.


Cuidado com o fenômeno “La Niña”, principalmente na região Sul (destaque para o Rio Grande do Sul), onde as chuvas têm sido em menores volumes e irregulares.


Dependendo da intensidade do fenômeno e do impacto no clima e, consequentemente, no volume de chuvas, a produção tanto da primeira como da segunda safra podem ser revistos.


Considerações finais


Apesar da perspectiva de menor oferta, o estoque de passagem (2016/2017) é o maior dos últimos seis anos (18,93 milhões de toneladas), o que deve limitar a alta de preço.


A menor produção deve resultar em preços maiores do que os verificados em 2017, mas abaixo das cotações observadas em 2016.


Para o pecuarista a sugestão é acompanhar o mercado e ficar atento às oportunidades em curto e médio prazo, com a colheita da safra de verão e condições de clima favoráveis.


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Texto publicado na edição de Janeiro da Revista Agron – 17/01/2018