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Carta Leite - Indicadores de exportação/importação de lácteos em 2018

por Rafael Ribeiro e Juliana Pila
Terça-feira, 23 de janeiro de 2018 -16h00


A balança comercial brasileira de lácteos terminou 2017 com déficit de US$443,27 milhões, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O déficit diminuiu 8,5% em relação a 2016.



Importação


A importação, caiu 31,4% em volume em 2017 comparado com 2016, totalizando 166,33 mil toneladas de lácteos. Com relação ao que se gastou a queda foi de 14,9%.


As altas de preços no mercado internacional e o aumento da produção brasileira (e, consequentemente, queda de preço no mercado interno), associados à demanda interna ruim explicam esta redução no volume importado.


Exportação


A exportação de produtos lácteos em 2017 caiu em volume e faturamento, 30,5% e 34,8%, respectivamente, na comparação com 2016.


O leite em pó, principal produto embarcado, teve recuo no volume de 41,0%. Essa redução está atrelada à menor demanda pela Venezuela, principal consumidora do produto brasileiro até então.


Em 2017, a Arábia Saudita foi a principal compradora do leite em pó brasileiro, seguida pela Venezuela.


Expectativas para 2018


Traçar expectativas para o mercado lácteo é um desafio, visto que esta é uma atividade marcada pela grande volatilidade de preços e um mercado que responde de forma rápida a variação na oferta de produto.


No entanto, apresentaremos indicadores que merecem atenção:


1) Preços futuros do leite em pó


Para o primeiro semestre, os preços futuros do leite em pó estão entre US$2.942,00 a US$3.025,00/tonelada, segundo a plataforma Global Dairy Trade. Ou seja, não muito diferente dos US$3.010,00 vigentes na segunda quinzena de janeiro. 


Tabela 1.
Preços futuros do leite em pó integral nos leilões da Global Dairy Trade. 
*cotações do dia 16/1.
Fonte: Global Dairy Trade / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br     


Se os preços futuros se consolidarem ficarão, em média, 3,7% menores que igual período de 2017, o que poderia favorecer a importação. Dependerá do câmbio.


2) Câmbio


A volatilidade do câmbio prevista para este ano em decorrência do cenário político e das eleições, poderá afetar o volume importado e exportado.


No último Boletim Focus (19/01), o Banco Central estimou o valor do dólar médio de R$3,31 para 2018 e R$3,38 para 2019.


3) Produção nacional


A produção deverá crescer, no entanto, em ritmo menor que em 2017. Com o estreitamento da margem para o produtor desde junho de 2017, o investimento na atividade deverá ser limitado.


A Scot Consultoria estima um aumento de 1,8% em 2018, frente a 2017. Em 2017 a produção cresceu 2,5% na comparação com 2016.


Isto significa que o cenário deverá ser de boa disponibilidade interna.


4) Demanda interna


A retomada da demanda deverá ser tímida, acompanhando a esperada melhora da situação econômica do país.


Considerações finais


Com base nos fatores apresentados, em princípio, a importação de lácteos deverá ficar próxima do registrado em 2017 e abaixo do volume importado em 2016.


Desta forma, a projeção para este ano é de que o déficit na balança comercial de lácteos continue.