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Limite da queda de braço!

por Leandro Bovo
Sexta-feira, 26 de janeiro de 2018 -08h50

  


Conforme abordamos nesse espaço na semana passada, a indústria permanece muito pressionada pela dificuldade nas vendas no atacado e consequente queda dos preços da carne no mercado interno. O resultado dessa pressão tem sido o aumento das tentativas de recuo nos preços ofertados pelo boi no mercado físico, que teve como reação imediata uma diminuição na oferta por parte dos pecuaristas e diminuição relevante das escalas de abate.


É nessa queda de braço que o mercado se encontra nesse momento, com as escalas recuando para os menores níveis dos últimos seis meses, retornando para os níveis de agosto de 2017 antes do forte movimento de alta ocorrido naquela época, conforme pode ser observado na figura 1.


Figura 1.


Média das escalas de abate em São Paulo, em dias úteis.



E, com a escala recuando para os níveis atuais a estratégia da indústria de forçar recuos de preços sem a contrapartida do aumento da oferta começa a chegar em um limite que provavelmente será resolvido nas próximas semanas, no qual ou a oferta aumenta e da vazão ao recuo de preços, ou os preços têm que retornar aos níveis anteriores para trazer algum alívio as escalas.


A proximidade da virada do mês, com volta às aulas e o Carnaval na segunda semana de fevereiro, fazem crer que o pior momento da venda de carne tenha ficado para trás. Uma possível melhora na demanda, com reflexo nos preços da carne no mercado interno, será fator determinante para definir quem ganhará essa queda de braço. Com as pastagens em boas condições, a posição do pecuarista é mais confortável para esperar essa melhora de preços do que a da indústria.