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Milho subiu com atrasos no campo, incertezas climáticas e questões logísticas

por Rafael Ribeiro
Segunda-feira, 5 de março de 2018 -06h50


Na região de Campinas-SP, a saca de 60 quilos fechou cotada em R$37,00 em fevereiro, para a entrega imediata, sem o frete.


Houve alta de 17,5% em relação à média de janeiro deste ano. Frente ao mesmo período do ano passado, o cereal está custando 4,6% mais este ano.


Nos primeiros dias de março, a referência estava entre R$38,00 e R$39,00 por saca de 60 quilos.


Os atrasos na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra 2017/2018, devido às condições climáticas menos favoráveis nesta temporada (excesso de chuvas), a menor produção prevista para a temporada 2017/2018, as altas de preços do frete (ritmo maior de comercialização da soja neste momento) e o vendedor mais retraído com relação à oferta neste momento são os fatores que colaboram com os preços do cereal firmes no mercado interno.


Em médio prazo, a expectativa é de um clima mais favorável aos avanços da colheita da safra de verão no Paraná e no Brasil Central e, consequentemente, da semeadura da segunda safra de milho.


Se os trabalhos no campo de fato avançarem (aumento da oferta interna) a tendência é de que as cotações caiam no mercado brasileiro a partir de meados de março.


De qualquer forma, a atenção ao clima e ao desenrolar da safra de verão e plantio da safra de inverno continua. Revisões para baixo na produção de segunda safra podem dar sustentação as cotações até a colheita da segunda safra.


Por fim, os estoques maiores na temporada são fatores limitantes para os aumentos de preços no mercado interno.


A Conab estima 18,52 milhões de toneladas ao final de 2017/2018. Para uma comparação, os estoques de passagem em 2016/2017 foram de 18,61 milhões de toneladas e em 2015/2016 foram de 6,95 milhões de toneladas.