Depois de uma pressão de baixa nas últimas semanas que trouxe o contrato de maio para sua mínima recente a R$141,00/@ e out/18 a R$147,00/@, o mercado futuro recuperou praticamente todo o terreno perdido e voltou a trabalhar acima dos patamares existentes no início de março.
A recuperação do mercado futuro aconteceu na esteira da parada na queda do mercado físico, que havia iniciado um movimento de baixa em meados de março, porém, a boa capacidade de suporte das pastagens ainda permite que o pecuarista segure um pouco de oferta e isso faz com que muitas indústrias vejam a sua escala de abate diminuir à medida que a pressão de baixa aumenta. Não é incomum hoje, indústrias com escalas de abate de apenas dois ou três dias, porém, isso não tem se traduzido em aumento nas ofertas de compra.
A reclamação com relação ao baixo resultado operacional tem sido recorrente e a recente melhora da carne na virada do mês serviu apenas para amenizar um pouco a situação, sem levar fôlego adicional para pagar mais pelo boi.
Enquanto a queda de braço no mercado físico segue muito forte, a alta do mercado futuro trouxe de novo a possibilidade de compra de seguros de preço mínimo em níveis bastante competitivos, principalmente para o final da safra. Com maio/18 a R$144,50/@, jun/18 a R$145,50/@ e jul/18 a R$146,50/@ é possível comprar opções de venda de nível R$141,00/@ a R$0,70/@; R$0,95/@ e R$1,00/@, respectivamente.
A má notícia da semana foi a interrupção da queda de preço do milho no mercado físico, diante das notícias de diminuição da área plantada nos EUA e da possibilidade de uma guerra comercial entre EUA e China aumentarem a demanda pelo milho brasileiro. Bastou a interrupção da queda no físico para o contrato futuro de milho de maio/18 recuperar toda a queda apresentada nos últimos 15 dias e encostar novamente no Índice Esalq à vista, precificando que, até meados de maio, não teremos quedas relevantes no cereal. Pelo menos o contrato de setembro, que reflete a boa condição da safrinha permaneceu estável, o que serve de alento ao confinador, já que a diferença de preços entre eles está atualmente em quase 14,0%. Resta torcer para que o clima continue colaborando para a safra brasileira e também para a americana.