Após seis semanas seguidas de ajustes positivos nos preços da carne bovina sem osso no atacado, no fechamento da primeira quinzena de outubro de 2018 o movimento de alta foi interrompido.
Na média de todos os cortes pesquisados pela Scot Consultoria, a desvalorização foi de 0,2%. A queda foi singela, mas se destaca em meio aos comportamentos de alta registrados anteriormente.
Além do mais, em uma semana com feriado, a expectativa era que os preços ganhassem força em função do esperado aumento da procura por carne, e não o contrário.
Mas o consumo permanece calmo e, ao que tudo indica, a demanda não foi a grande responsável pelo recuo nos preços, já que manteve certa constância nos últimos dias.
Na realidade o maior volume de gado confinado aumentou a produção de carne, o que causou um desequilíbrio pontual entre a oferta e a demanda, resultando em recuo nos preços da carne bovina.
Além disso, com o dólar operando em baixa houve um desestímulo para exportação. Segundo dados do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o volume diário embarcado em outubro está 14% abaixo do embarcado no mês passado. Isto colaborou com a baixa sustentação dos preços no mercado interno.
Para os próximos dias, é possível que os frigoríficos ajustem a compra de matéria-prima, alinhando a oferta ao consumo, o que pode manter a firmeza nos preços ou, no mínimo, limitar as quedas. A definição mais clara do cenário político econômico do país também pode colaborar com o aumento da confiança da população, aquecendo o mercado da carne.
Locução feita por: Felippe Reis.
Análise de: Marina Zaia.