As chuvas, a queda do dólar e a maior saída de animais confinados em outubro tem ditado o ritmo dos negócios nos últimos dias. As indústrias aproveitam a situação descrita acima e exercem pressão negativa nas cotações do mercado físico e aos poucos, e sem ter muita margem de manobra, os produtores vão aceitado os preços menores e dando vazão à desvalorização. Nesse cenário, o Índice Esalq à vista recuou da máxima de R$152,00/@ do final de setembro para os atuais R$148,50/@.
Essa situação do mercado físico é a que vem ditando o ritmo do mercado futuro, que trabalha em queda desde o final de setembro. Inclusive, pela precificação da curva atual, a expectativa nesse momento é que essa pressão persista até novembro, que está cotado em R$146,50/@, ou R$0,50 abaixo dos R$147,00 do outubro. Provavelmente, a queda do dólar e a expectativa negativa que isso gera sobre as exportações é o fator que está pesando sobre as cotações de novembro nesse momento, já que por enquanto outubro segue com um forte ritmo nos embarques, que, se for mantido, resultará numa exportação de mais de 158 mil toneladas, sendo esse o terceiro recorde seguido de exportação batido desde agosto.
Chama atenção no mercado atual a forte pressão que vem sendo exercida nas cotações em São Paulo e Goiás, mas sem afetar de forma significativa os demais estados, que permanecem com os diferenciais de base fechados historicamente. Há casos de negócios em Minas Gerais e até Mato Grosso do Sul em patamares iguais ou até acima das referências de São Paulo e essa tem sido a principal característica de outubro até o momento. É por esse motivo que muitos no mercado não acreditam em quedas muito mais fortes na praça paulista sem haver recuos mais significativos nas praças vizinhas.
Até o momento, o bom ritmo dos embarques na exportação tem ajudado a escoar a produção e a manter um nível confortável de preços na carne no mercado interno. Os volumes embarcados em outubro foram negociados em um patamar de dólar mais favorável, de modo que os impactos negativos da apreciação do real, caso ocorram, serão sentidos a partir de novembro. Caso ocorra diminuição significativa das exportações, o "excedente" de produção virá para o mercado interno afetando negativamente também a margem das indústrias não exportadoras, que tenderão a aumentar a pressão no físico, desde que haja oferta disponível para tal. A carne brasileira ainda permanece como sendo a mais barata do mundo, só estamos um pouco menos baratos do que há 30 dias, logo, a tendência é que os exportadores consigam negociar altas nas cotações em dólar para atenuar o impacto da queda do dólar contra o real. Diante disso voltamos à pergunta do título do texto: até quando a saída dos animais confinados seguirá dando vazão à queda de preços? Com a palavra, os confinadores com bois disponíveis a partir de novembro...