Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br

Abertura de novos mercados para a exportação de gado vivo

por Equipe Scot Consultoria
Sábado, 25 de outubro de 2014 -05h55


México, Austrália, Canadá, Brasil, Uruguai e Estados Unidos, nesta ordem, são os principais exportadores de bovinos vivos. Juntos representaram 75,5% do volume total de bovinos embarcados em 2017. O Brasil detém 8,2% deste mercado.  


Desde de 2016, o mercado de exportação de gado em pé no Brasil vem se recuperando da suspensão das importações feitas pela da Venezuela, principal importadora até então, devido à crise econômica e política enfrentadas pelo país. 


Neste ano, até setembro, o Brasil exportou 644,1 mil cabeças, volume 60,8% maior em relação ao mesmo período de 2017. O faturamento foi de US$442,9 milhões, segundo o Ministério da


Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). 


Figura 1. Faturamento (em milhões de dólares) e volume, em cabeças, da exportação de bovinos vivos do Brasil.
*2018 até setembro
Fonte: MDIC / Elaborado pela Scot Consultoria


Desde 2016, o maior comprador de bovinos vivos do Brasil é a Turquia. Este ano o país foi responsável por 77,6% do volume embarcado.


O Egito é o segundo maior comprador, respondendo por uma fatia de 9,1%, seguido pelo Líbano com 6,2%, Jordânia com 3,9% e Iraque com 3,2%.


Abertura do mercado com o Irã 


Em 22 de outubro, foi anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a abertura do mercado de exportação de bovinos vivos para o Irã.  


A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), reconhece o Brasil como livre de aftosa com vacinação e risco de encefalopatia espongiforme bovina (doença da Vaca Louca) muito baixo. Esse reconhecimento contribuiu para a celebração do acordo com o Irã. 


O Brasil já mantinha e mantém relações comerciais com o Irã, principalmente no mercado de grãos, o que pode ter facilitado as negociações que estavam ocorrendo desde 2014. 


Segundo reportagem publicada em 2017 no Financial Tribune (jornal iraniano), o Ministro da Agricultura do Irã, Hassan Rokni, informa que a produção iraniana atendia 90% do consumo interno de carne bovina e que os 10% restantes eram importados. Rokni também ressaltou que o Irá, até então, não importava animais vivos para abate.


Segundo o MAPA, o Irã tem potencial para adquirir 100 mil bovinos anualmente. Isso representa 15,5% da exportação brasileira até setembro, em 2018.


Se confirmado os embarques, o volume destinado ao Irã o colocaria em segundo maior cliente brasileiro, atrás apenas da Turquia. Em termos de faturamento, poderia representar um incremento de US$68,7 milhões para o país, considerando os valores médios de hoje. 


O MAPA também prevê a abertura do mercado brasileiro para Indonésia e a Tailândia, porém, a proximidade com Austrália e acordos já consolidados entre esses países são fatores limitantes para os negócios com o Brasil. A Indonésia representou 64% do volume de gado em pé exportado pela Austrália em 2017, e a Tailândia comprou 1% dos bovinos exportados pela Austrália.


Final


A diversificação de destinos é importante, para manter o canal de escoamento da produção aberto e   melhorar o poder de barganha.


Os países mulçumanos representam oportunidade para a ampliação do mercado de exportação de bovinos vivos, devido aos costumes e exigências de abate.


O Brasil tem potencial para atender esse mercado que permite agregação de valor ao bovino vivo e assim permitir ganho em cadeia.


Referências


http://www.agricultura.gov.br/noticias/ira-vai-importar-gado-vivo-do-brasil


http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral


https://financialtribune.com/articles/economy-domestic-economy/74553/iran-s-red-meat-output-meets-90-of-demand


http://www.agriculture.gov.au/SiteCollectionDocuments/about/factsheets/live-animal.pdf