De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em setembro, o Brasil exportou, em média, 180,20 mil toneladas por dia de milho. O volume aumentou 43,0% em relação à média de agosto.
Em outubro, no entanto, na comparação mês a mês, os embarques diminuíram 9,9% com a queda do dólar, em relação ao real. Até a terceira semana, a média embarcada diariamente foi de 162,36 mil toneladas.
Se este ritmo continuar, a estimativa é de que o país exporte 3,57 milhões de toneladas em outubro.
Apesar da queda no volume diário, o volume exportado em outubro deverá ficar acima do registrado em setembro, em função da maior quantidade de dias úteis neste mês (22 dias), em relação ao anterior (19 dias). Veja a figura 1.
Figura 1. Exportações brasileiras de milho, em milhões de toneladas.
* outubro de 2018 = estimativa
Fonte: MDIC / Compilado pela Scot Consultoria
O câmbio em um patamar mais baixo é um fator que deverá “segurar” as exportações em curto e médio prazos. Os volumes mensais, que já estavam abaixo dos embarcados no mesmo período de 2017, deverão continuar menores em curto e médio prazos.
Figura 2. Médias diárias de milho exportado pelo Brasil, eixo da esquerda, e evolução do câmbio, eixo da direita, em 2018, em R$US$.
* outubro de 2018 = até a terceira semana
Fonte: MDIC / Compilado pela Scot Consultoria
Além da menor atratividade do câmbio para as exportações, o milho brasileiro está mais caro em relação ao mesmo período do ano passado, o que diminuiu o poder de barganha dos exportadores.
Em outubro deste ano, o preço médio do milho exportado foi de US$174,43 por tonelada, frente aos US$154,03 por tonelada exportada no mesmo mês em 2017.
Figura 3. Preços médios mensais do milho exportado pelo Brasil em 2017 e 2018, em US$ por tonelada.
* outubro de 2018 = até a terceira semana
Fonte: MDIC / Compilado pela Scot Consultoria
Outro ponto importante é o milho brasileiro mais caro que o norte-americano. Em outubro o milho foi negociado por volta de US$3,60 por bushel (1bushel = 25,40kg de milho), o que significa US$141,73 por tonelada, ou seja, abaixo dos patamares de comercialização do milho brasileiro.
Nos próximos meses o câmbio terá papel importante nas precificações das commodities como o milho e a soja.
Dessa forma, considerando um cenário de patamar mais baixo para o dólar (frente aos meses anteriores), a expectativa é de mercado mais frouxo para o cereal e oportunidades de compras para o pecuarista em curto prazo.