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Arroz com feijão

por Douglas Coelho
Quinta-feira, 10 de janeiro de 2019 -16h15


Aos poucos o mercado físico do boi gordo vai entrando no eixo no início deste 2019.


O ritmo dos negócios não voltou 100% ao normal, principalmente em função da intenção de venda do pecuarista neste momento. Isto é indicado pelas escalas de abate, que têm evoluído muito pouco, ou melhor, patinando ao redor de 3,40x dias úteis em São Paulo. 


Diferente do final de outubro e início de novembro, não há pressa em negociar, já que a condição das pastagens em boa parte do Centro-Sul é relativamente boa. A cadência é lenta, mas quem vai dar o tom no mercado físico será o produtor nos dias seguintes. 


Pelo lado da demanda, em meados de janeiro, há um movimento sazonal. Historicamente, os cortes de traseiro (grill) tem correção negativa após as festas de fim de ano e o hábito de consumo da população muda com as férias e mais impostos a pagar. Seria prudente ficar atento aos preços da carne no atacado já na próxima semana. 


Em longo prazo, o viés pode ser mais positivo. Os grandes compradores externos devem voltar a ativa como China + Hong Kong, Rússia, Egito e União Europeia. Enquanto no mercado interno, temos mais indicadores positivos. No levantamento trimestral da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice do Medo do Desemprego caiu 10,7 pontos percentuais entre setembro e dezembro de 2018. É o maior recuo deste indicador desde maio de 1996. 


Neste sentido, olhando com maior cautela em curtíssimo prazo, o pecuarista pode estruturar melhor a sua safra. Nos anos anteriores, o mercado de opções tem sido um arroz com feijão para o produtor. Isto porque traz segurança no preço de venda e exige menos caixa do que no mercado futuro. 


A expansão da atividade e o aumento da produtividade na pecuária, pouco valem se na “hora H” da venda, o produtor recebe R$2,00 ou R$3,00/@ a menos. Mesmo com determinado otimismo para este ano, há mudanças estruturais na economia que devem ser feitas, o que pode criar algum ambiente de volatilidade.


Tabela 1.
Preço do seguro de preço mínimo da arroba para fev/18, em R$/@.

Fonte: Radar Investimentos