As chuvas finalmente voltaram na maioria das regiões produtoras do Brasil e com elas a melhora nas pastagens e a maior força do pecuarista para segurar os lotes em engorda, trazendo mais firmeza ao mercado. Essa situação se traduziu em escalas de abate muito curtas e dificuldade de compras, que ditam o ritmo de mercado atualmente. A resistência por elevar as ofertas de compra ainda é bastante grande por parte das indústrias, mas, aos poucos a realidade vai se impondo e os preços têm trabalhado em alta no Brasil inteiro.
Colaborando ainda mais com o ambiente de mercado firme, as exportações mantiveram o bom ritmo de embarques das duas primeiras semanas de fevereiro, atingindo até o dia 22/2 mais de 100 mil toneladas embarcadas. Esse bom ritmo e a dificuldade de compra de boiadas ajudaram a deixar o mercado interno enxuto, mantendo os preços mesmo no meio do mês, quando a demanda tradicionalmente é menor e as cotações tendem a recuar.
O Indicador Esalq à vista de São Paulo tem tido uma enorme dificuldade em refletir essa realidade do mercado físico, já que devido as suas limitações metodológicas ou à dificuldade de se obter reportes de negócios junto aos pecuaristas, as suas cotações nas últimas semanas ficaram estáveis e ainda não mostraram altas significativas. Mas independente disso, o ambiente altista deve prevalecer ao longo do mês de março, já que além de estarmos às vésperas do Carnaval, com menos dias de abate e maior consumo, a previsão é que as chuvas continuem abundantes nas regiões produtoras.
Tabela 1.
Previsão de precipitação, em milímetros.
Fonte: Somar / Elaboração: Radar Investimentos
Caso o ambiente altista realmente prevaleça e o mercado futuro reaja com aumentos nas cotações, essa será uma excelente oportunidade para se montar operações de proteção para o final da safra, quando tradicionalmente existe uma maior pressão baixista. A baixa volatilidade do mercado futuro ultimamente barateou demais o custo de seguros de preço mínimo, os últimos negócios de maio R$148,00 put foram ao redor de R$1,00/@. Caso a alta esperada em março se confirme, o custo pode cair ainda mais, abrindo excelentes alternativas para este final de safra.