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Carta Grãos - Clima favorável mantém pressão de baixa no mercado de milho

por Rafael Ribeiro
Sexta-feira, 26 de abril de 2019 -11h00


A produção do milho de segunda safra está favorável na maior parte das regiões produtoras.


No Paraná, até a primeira quinzena de abril, 95% das lavouras estavam em boas condições e 5% em condições medianas (Deral)


No estado, a produtividade média neste ciclo deverá ser 33,9% maior que na segunda safra passada.


Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a expectativa também é de aumento de produtividade este ano. 


Estima-se um incremento de 3,7% frente à safra passada. A produtividade média este ano está projetada em 103,2 sacas por hectare, ficando atrás somente dos resultados de 2016/17, quando foram colhidas, em média, 107,1 sacas por hectare (Imea). 


Além das expectativas positivas do lado da produção na segunda safra, as exportações recuaram mês a mês desde janeiro. Veja a figura 1. 


Figura 1.
Exportações brasileiras de milho, em milhões de toneladas.

Abril/19: estimativa com base na média diária embarcada nas três primeiras semanas do mês.
Fontes: Secex / compilado pela Scot Consultoria 


Preços frouxos


Diante do exposto, os preços estão pressionados para baixo no mercado interno.


Na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos está cotada em R$37,00, sem o frete, frente a negócios em até R$42,00 por saca no início do mês.


Destacamos também os recuos nos preços futuros do cereal na B3.


Os contratos com vencimentos em julho/19 e setembro/19 caíram para abaixo do patamar de R$33,00 por saca, que era o piso de preços até março último. Estes contratos refletem diretamente a pressão da oferta, com a colheita.


Figura 2.
Preços do milho no mercado físico e futuro (B3) em São Paulo, em R$ por saca de 60 quilos, sem o frete.

Fontes: B3 (25/4) / Scot Consultoria


Considerações finais 


A expectativa é de mercado frouxo e quedas nas cotações no mercado brasileiro em curto e médio prazos. 


Para o pecuarista, o momento é oportuno para a compra antecipada para a entrega após a colheita da segunda safra.


Como fatores de influência nos preços nos próximos meses, destacamos o câmbio e o clima, que caso haja mudanças drásticas, poderiam mexer com estas expectativas.