O mercado futuro do boi gordo foi um dos destaques do mercado de commodities agrícolas nos últimos dias.
O preço do contrato de out/19 saiu da máxima da última sexta-feira (24/5) de R$164,50/@ para os atuais R$156,70/@ no momento que este texto estava sendo escrito. Foi um movimento relevante, em um período curto e com um volume também considerável.
A palavra que melhor define este comportamento é volatilidade.
Esse aumento da oscilação dos preços, abre mais janelas de oportunidade de entrada e saída de operações, não só no mercado futuro, mas também no mercado de opções. Isto pode ter chamado mais participantes que estavam apenas de espectadores ou mantinham posições menores.
Para o pecuarista que não está tão familiarizado com as ferramentas de proteção de preço e há algum tempo pensa em gerenciar seu risco, vale reforçar que a volatilidade é benéfica. As cotações do seguro de preço mínimo (put) tendem a ficar mais interessantes com a alta do mercado futuro. Enquanto, as cotações do seguro de alta (call) ficam mais atrativas com o futuro em baixa.
Note na figura 1 a evolução dos contratos em aberto do boi gordo na B3 nos últimos 12 meses. Este incremento recente deve-se principalmente ao aumento do número de contratos de out/19, que desde abr/19 tem crescido e hoje está ao redor de 9,6 mil. No entanto, outros vencimentos, como o jul/19 e ago/19 também têm ganhado alguma dinâmica.
Figura 1.
Número de contratos futuros de boi gordo em aberto na B3 no final de cada mês.
Fonte: B3 / Elaborado pela Radar Investimentos
Olhando para o mercado físico, houve poucas alterações de preços nos últimos dias. No entanto, boa parte dos frigoríficos têm ficado fora das compras nesta última quarta-feira e hoje, o que é incomum para meados da semana. Com poucas alterações da arroba no físico, é possível acreditar que o movimento sazonal de desova de animais de safra não foi observado com nitidez.
Além do boi gordo, os preços do milho também tiveram forte oscilação. O último relatório do USDA mostrando que apenas 58% da área foi semeada até a semana passada nos EUA, contra 90% de 2018 e 90% nos últimos cinco anos deu o tom para a volatilidade do cereal.
As oportunidades são rápidas, mas felizmente têm surgido mais janelas e participantes frente aos meses anteriores para o produtor estruturar sua gestão de risco.