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A concentração avança a passos largos

por Fabiano Tito Rosa
Quinta-feira, 30 de julho de 2009 -08h54
Algumas das fusões e aquisições das últimas semanas: Sadia e Perdigão, Louis Dreyfus e Santelisa Vale, JBS e Quatro Marcos... têm ainda alguns negócios em compasso de espera, como a suposta fusão entre Marfrig e Bertin.

O fato é que a concentração é um processo irreversível. A crise apenas deu uma forcinha a ele.

Os preços de commodities agrícolas obedecem à lei da oferta e da procura, mas o fato é que, quando se tem uma ponta comprada bastante concentrada, o que implica em elevado poder de barganha, ela pode trabalhar no sentido de minimizar movimentos desfavoráveis (de alta) e maximizar movimentos favoráveis (de baixa) de preço.

A pecuária tem os seus exemplos desse fenômeno (leia “Concentração: um dos reflexos da crise”), mas talvez ninguém o conheça tão de perto quanto os citricultores brasileiros.

Diante do avanço desse quadro, a saída é, antes de tudo, investir em gestão e tecnologia. Os custos devem ser controlados na ponta do lápis, os investimentos precisam ser bem planejados, a busca pelo aumento da produtividade tem que ser constante e as ferramentas de venda (hedge, parcerias, armazenamento, etc.) bem aplicadas.

Depois, é preciso que o setor produtivo se organize através de grupos, associações e/ou cooperativas que compartilhem interesses e/ou atividades comuns. Além do aumento do poder de barganha (na venda da produção, na compra de insumos e na contratação de serviços), ganhos advindos de uma maior representatividade (sob o ponto de vista institucional) e da troca de informações também tendem a ser alcançados no longo prazo.

O mais importante é que essas organizações não se transformem em cabides de emprego e/ou em campos de disputa de vaidades. O foco tem que estar no negócio.