As cotações do milho subiram no mercado brasileiro em função da boa demanda interna e exportações aquecidas.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos, está cotada entre R$42,00 e R$43,00, sem o frete. Uma alta de 6,3% no acumulado de outubro até o dia 22. Veja a figura 1.
Figura 1.
Preços do milho na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos, sem o frete.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Com relação as exportações, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em outubro, até a terceira semana, a média diária embarcada crescera 95,9% na comparação com o exportado diariamente em outubro do ano passado.
Acompanhando a pressão de alta sobre as cotações no mercado físico e fundamentos para 2020, os contratos futuros de milho registraram valorizações nas últimas quinzenas.
Observe na figura 2 que o contrato com vencimento em janeiro/20, que esteve cotado próximo de em R$38,00 por saca em meados de agosto/19, está sendo negociado acima de R$44,00.
Para setembro/20, a referência de preço na B3 subiu de R$35,50 para algo próximo de R$39,00-R$40,00 por saca no mesmo período.
Figura 2.
Contrato de milho na B3 com vencimento em janeiro/20 e setembro/20, em R$ por saca de 60 quilos, sem o frete.
Fonte: B3 (21/10)Scot Consultoria
Além da questão da demanda aquecida, os atrasos na semeadura da safra de verão 2019/2020 geram especulações com relação à possibilidade de estreitamento da janela de plantio da segunda safra de milho no primeiro trimestre do ano que vem, que poderia impactar nos rendimentos das lavouras.
Ou seja, o clima deverá pesar mais sobre o mercado de milho na temporada que está começando no país, depois dos recordes de produtividades registrados no ciclo que terminou (2018/2019).
Neste caso, os reflexos sobre os preços no mercado interno normalmente são mais fortes durante o período de semeadura e desenvolvimento da segunda safra, que é a principal safra de milho (responde por 70% aproximadamente do volume total produzido).
Considerações finais
No relatório de outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo os estoques brasileiros de milho em 2019/2020.
Foram estimadas 11,49 milhões de toneladas ao final da temporada atual, frente as 14,74 milhões de toneladas em 2018/2019.
Aqui destacamos a expectativa de crescimento do consumo doméstico, que foi estimado em 68,13 milhões de toneladas em 2020, frente as 63,92 milhões de toneladas prevista para 2019. Os setores de frango e suínos deverão puxar esse aumento do consumo interno do cereal.