No dia 17/06/2020, aconteceu a Reunião de Validação Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para cultura de milho 1ª Safra no Estado de São Paulo. Os palestrantes foram os pesquisadores da Embrapa: Dr. Aryeverton Fortes de Oliveira, Dr. José Ricardo Macedo e o PhD Fernando Antonio Macena.
A reunião começou com o Dr. Aryeverton Fortes de Oliveira apresentando um breve histórico do ZARC e a sua importância.
O Zarc foi criado em 1996, por iniciativa da EMBRAPA e do MAPA, com o objetivo de gerar indicadores para auxiliar na decisão do produtor com relação ao plantio/semeadura e políticas de créditos por parte das instituições públicas ou privadas (PSR, ProAgro/ProAgro+, Garantia SAFRA e SUPEP).
O zoneamento tem cobertura nacional, e abrange cerca de 40 culturas. Para validar os dados e resultados obtidos pelo sistema são organizadas reuniões de validação do sistema e, o webinar em questão teve como objetivo validar os dados respectivos ao estado de São Paulo e suas regiões.
O sistema ZARC trata especificamente dos cultivos de sequeiro, ou seja, aqueles que dependem da precipitação pluviométrica para sua produtividade e pressupõe as boas práticas de produção agrícola (preparo do solo, cultivar, população de plantas, pragas/doenças e adubação).
O produtor ao realizar as boas práticas condiciona a boa produtividade ao clima e, é nesta etapa que o zoneamento dá suporte, com indicações das épocas com menores riscos para a semeadura.
Assim, o ZARC condiciona variáveis climáticas (inputs) como: solo (textura, profundidade efetiva do sistema radicular, capacidade de armazenagem de água - CAD), clima (precipitação pluviométrica, evapotranspiração de referência – ET0), cultura em questão (ciclo, fase fenológica, coeficiente de cultura, profundidade do sistema radicular).
Como resposta (output), o zoneamento oferece datas de semeadura que atendam o índice de satisfação de necessidade de água (ISNA) da cultura e do tipo de solo em questão para os decêndios entre os meses de agosto e dezembro com índices de risco que variam entre 60, 70 e 80%, de acordo com a data de início do plantio escolhida pelo produtor.
Foi apresentada tabela com o risco climático numa escala geográfica municipal e escala temporal com base nos decêndios para os três tipos de solo (arenoso, argiloso e textura média).
Fernando Macena destacou a influência da textura do solo nos resultados. Em geral, solos de melhor textura ou mais argilosos têm maior janela para cultivo e são mais precoces, enquanto solos mais arenosos, que retêm menor quantidade de água, possuem períodos de plantio mais tardios e curtos.
A reunião contou com a presença de cerca de 45 pessoas (inclusive membros da Scot Consuloria) ligadas a área que contribuíram de maneira interativa com o envio de regiões do estado que foram comparadas às observações dos presentes às mesmas regiões. Para acessar os dados o governo dispõe atualmente de aplicativo para celular chamado “Plantio Certo”.
A abrangência nacional em nível municipal do zoneamento é seu maior “trunfo”. Soma-se a informação proveniente do zoneamento e a noção prévia da área em questão no auxílio à entrada de um novo produtor ou mesmo dos que pretendem aumentar sua participação no mercado em determinada área.
O zoneamento auxilia na decisão do produtor e agências públicas ou privadas. Seu uso reduz prejuízos advindos das adversidades climáticas, facilita a decisão do produtor e dos bancos nas linhas de créditos. A presença e criação de um aplicativo para celular mostra como a difusão da tecnologia vem se tornando cada vez mais facilitada e, cada vez mais, têm sido melhor empregada no agro.