A produção mundial de bezerros deverá crescer em 2020. Segundo estimativas do USDA1, serão produzidas 293,26 milhões de cabeças. Crescimento de 3,40% de 2016 a julho de 2020.
O Brasil é o segundo colocado na produção mundial de bezerros, ficando atrás apenas da Índia, que possui o maior rebanho de bovinos do mundo. Mas dentre os principais produtores, o Brasil apresenta o maior crescimento na produção nos últimos quatro anos e sete meses (+6,74%).
Tabela 1. Produção mundial de bezerros no período de 2016 a 2020, em milhões de cabeças.
Países | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | jul/2020* | Variação acumulada |
---|---|---|---|---|---|---|
Índia | 67,50 | 68,20 | 68,60 | 69,00 | 69,40 | 2,81% |
Brasil | 48,25 | 48,73 | 49,50 | 50,49 | 51,50 | 6,74% |
China | 48,89 | 48,80 | 47,50 | 50,75 | 51,00 | 4,32% |
EUA | 35,06 | 35,75 | 36,31 | 36,06 | 35,80 | 2,11% |
UE | 30,10 | 29,55 | 28,85 | 28,90 | 28,50 | -5,32% |
Argentina | 14,00 | 14,20 | 14,65 | 14,87 | 14,52 | 3,71% |
Austrália | 6,60 | 9,70 | 9,10 | 8,70 | 8,30 | 25,76% |
Outros | 33,21 | 33,63 | 33,83 | 34,19 | 34,24 | 3,10% |
Mundo | 283,61 | 288,56 | 288,34 | 292,96 | 293,26 | 3,40% |
Fonte: USDA / Elaboração: Scot Consultoria
*Previsão ajustada em julho de 2020
Considerando os cinco maiores produtores, a UE é a única cuja produção caiu, em 5,32%, considerando o mesmo período.
Comparando a China com o Brasil, a eficiência chinesa está maior. Com menos da metade do rebanho brasileiro produzem apenas 3% menos bezerros. Isso se deve principalmente ao perfil dos produtores chineses. Em média, a densidade populacional na área rural chinesa é doze vezes maior que no Brasil. As propriedades menores e mais distribuídas têm como consequência uma produção mais intensiva, com maior atenção aos índices zootécnicos, justificando o excelente resultado.
Gráfico 1. Participação por país na produção mundial de bezerros
Os três maiores produtores correspondem a 58,62% da produção mundial. O Brasil, com o segundo maior rebanho, tem potencial para alavancar a produção utilizando tecnologia para melhorar os índices zootécnicos.
Comparando o segundo trimestre de 2019 com o mesmo período de 2020, temos uma queda de 17,23% nos abates de fêmeas. Nos levantamentos feitos pela Scot Consultoria, é possível observar que a demanda por fêmeas que entrarão na próxima estação de monta está aquecida, devido principalmente à grande valorização do bezerro/bezerra.
Sendo assim, em 2021 poderemos ter mais um ano de crescimento na produção nacional de bezerros. O mercado deve continuar firme para os bovinos dessas categorias no ano que vem, retrato de um ciclo de preços pecuários em alta.
Bibliografia
1 USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
WAQUIL, P, D. A agricultura na China: transformações setoriais e as relações comerciais com o Brasil. Revista Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, n.50, p.6-25, 2018.