A produção brasileira de milho deverá ser menor em 2020/21, comparativamente com a safra passada (Conab).
Considerando a produção total, são esperadas 102,31 milhões de toneladas, 0,2% menor que o colhido em 2019/20. Se considerarmos somente a primeira safra, a queda na produção está estimada em 6,9% neste ciclo.
Do lado da demanda, o consumo doméstico deverá crescer 4,6% em 2021, em relação a 2020, e está estimado em 71,83 milhões de toneladas.
A previsão é de que as exportações também aumentem. A expectativa é de que sejam embarcadas 35 milhões de toneladas, frente às 34,50 milhões de toneladas exportadas no ciclo passado.
Com a queda na produção e o aumento da demanda, as estimativas são de redução dos estoques finais, que por ora, serão os menores desde 2015/16. Veja a figura 1.
Figura 1. Estoques finais de milho no Brasil, em milhões de toneladas.
* estimativa
Fonte: Conab / Elaboração Scot Consultoria
Considerando a estimativa de demanda interna para 2020/21, de 71,83 milhões de toneladas, e dividindo esse volume pelos 365 dias do ano, temos um consumo brasileiro diário de 196,78 mil toneladas.
Dessa forma, os estoques finais previstos para essa temporada, da ordem de 7,33 milhões de toneladas, seriam suficientes para atender 37 dias de consumo, bem abaixo da média dos últimos seis anos, de 68 dias.
Veja na figura 2 a situação nos últimos anos e a estimativa para 2020/21 com relação aos dias de estoques de milho.
Figura 2. Dias de estoques de milho com base nos estoques finais no Brasil, em milhões de toneladas.
* estimativa
Fonte: Conab / Elaboração Scot Consultoria
Para o curto prazo, ou seja, até a colheita da safra de verão ganhar força, em meados de fevereiro, o viés é de alta para os preços no mercado brasileiro, diante da menor disponibilidade interna e retomada gradual da demanda.
Apesar dos fundamentos altistas, destacamos que o dólar, se cair, poderá contrabalancear as expectativas de preços firmes e em alta no mercado interno em curto prazo.
Para o médio prazo, ou seja, a partir de abril/maio, já com dados consolidados acerca da segunda safra ou safra de inverno, se o clima ajudar e as expectativas forem positivas com relação à produção brasileira, é possível que a pressão de alta sobre as cotações alivie, mas sem espaço para fortes recuos, diante da oferta apertada e demanda aquecida.
Os recuos deverão ocorrer com mais força com o avanço da colheita da segunda safra, a partir de junho/julho.
Já a partir de outubro/novembro, com as exportações retomando, as cotações poderão retomar a firmeza.
Por fim, para 2021, de maneira geral, as expectativas são de manutenção dos patamares elevados de preços do milho no mercado brasileiro.